Em defesa
Gilmar Mendes vê relação entre críticas a Gurgel e mensalão
Folhapress
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes saiu em defesa do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e também disse acreditar que os ataques sofridos estão relacionados com o julgamento do mensalão.
"Eu tenho a impressão de que sim [tem relação com o mensalão]. Há uma expectativa em torno disso e pescadores de águas turvas, pessoas que estão interessadas em misturar excitações, tirar proveito, inibir ações dos órgãos que estão funcionando normalmente", afirmou.
Gurgel recebeu críticas de integrantes do PT por ter recebido, em 2009, as conversas telefônicas entre Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e ter decidido não abrir uma investigação naquela ocasião.
Apontada por colegas do Ministério Público Federal como "discretíssima" e "competente", a subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio Marques tornou-se alvo dos parlamentares da CPMI do Cachoeira. Poucos fora do Ministério Público Federal sabem que Cláudia, que é mulher do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, tem atuação destacada há pelo menos sete anos nas principais investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) contra ministros de Estado, deputados e senadores.
A subprocuradora está sob ameaça de depor na comissão depois que, na última terça-feira, o delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques Sousa disse ter enviado ao Ministério Público Federal a investigação da Operação Vegas quando se depararam com conversas citando ou envolvendo o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e os deputados Sandes Junior (PP-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO).
Cláudia foi quem, em setembro de 2009, decidiu não levar adiante as investigações por entender que não havia elementos concretos para levar o caso adiante. Em nota da PGR e a pessoas próximas, ela afirma que, àquela altura, o caso seria arquivado pelo STF. A subprocuradora, então, disse que atendeu a um pedido da Polícia Federal para segurar a investigação, não arquivando sumariamente no Ministério Público. Diante da decisão, deputados e senadores governistas querem trazê-la à CPMI.
Para inveja dos colegas, ela conta desde a gestão do ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza, iniciada em meados de 2005, da confiança para tocar as investigações criminais mais sensíveis contra ministros de Estado e parlamentares. A parceria foi mantida na gestão do marido, que vai até julho de 2013.
Por designação de Antonio Fernando, ela tocou, com mais três procuradores, parte da investigação do escândalo do mensalão e preparou terreno para que, antes da conclusão das investigações pela PF, Antonio Fernando oferecesse denúncia contra os 40 envolvidos no Supremo Tribunal Federal (STF). "Ela goza e sempre gozou da minha estrita confiança dentro do Ministério Público Federal", afirmou Antonio Fernando.
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