Personagem esquecido depois do julgamento do mensalão, o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira reapareceu na Operação Lava Jato – que, de acordo com investigadores do caso, pode ser considerada o capítulo dois do mensalão.
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O ex-ministro José Dirceu, em depoimento ao juiz federal Sergio Moro na semana passada, disse que Silvio Pereira foi o responsável pela indicação do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, investigado pela Lava Jato.
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O lobista e colaborador Fernando Moura também citou o nome de Pereira. Ele afirmou, em depoimento, ter sido informado de que o ex-secretário do PT recebia “um cala-boca”, ou seja, um dinheiro que garantiria seu silêncio a respeito de irregularidades, de duas empreiteiras sob investigação, a OAS e a UTC .
Em 2004, o nome de Silvio Pereira apareceu no centro de esquemas de corrupção quando tornou-se pública a informação que ele recebeu de presente um Land Rover no valor de R$ 73,5 mil da empreiteira GDK – fato que o levou a ser chamado de “Silvinho Land Rover”. A suspeita era de que ele tivesse recebido o veículo em troca de facilitação da contratação da empresa pela Petrobras. Mais de dez anos depois, a GDK é uma das investigadas na Lava Jato por fraudar licitações e pagar propina por contratos da estatal.
Silvio Pereira deixou o PT em 2008, depois de fazer uma espécie de acordo de colaboração premiada no caso do mensalão. O ex-petista fez um curso de gastronomia e voltou a trabalhar no restaurante da família, em Osasco (SP).
Segundo um integrante da força-tarefa da Lava Jato, Pereira não está entre os investigados até o momento.
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