O provável candidato tucano ainda manteve a liderança, mas a sua vantagem para a ministra da Casa Civil caiu para 5 pontos percentuais| Foto: Reuters

Beneficiada pela grande exposição pública nos últimos meses, a pré-candidata do PT Dilma Rousseff reduziu a distância que a separa do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), na corrida presidencial, mostrou pesquisa CNI/Ibope nesta quarta-feira.

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O provável candidato tucano ainda manteve a liderança, mas a sua vantagem para a ministra da Casa Civil caiu para 5 pontos percentuais

A ministra vem ganhando musculatura nas recentes sondagens. Empata tecnicamente com seu principal adversário no Sul (34 por cento para ela e 36 por cento para ele) e vence no Nordeste por 14 pontos percentuais (30 por cento a 25 por cento). Já o tucano tem uma folgada vantagem de 15 pontos percentuais na região de maior densidade eleitoral do país, o Sudeste (40 por cento a 25 por cento).

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Serra recuou para 35 por cento das intenções de voto em março, ante 38 por cento da pesquisa divulgada em dezembro, enquanto Dilma subiu para 30 por cento, ante 17 por cento anteriormente. Considerado o piso do primeiro e o teto da segunda, os dois estão próximos do limite de um empate técnico --a margem de erro da sondagem encomendada pela Confederação Nacional da Indústria é de 2 pontos percentuais.

"Nas três pesquisas que fizemos até agora, é claro o aumento de intenção de voto dada à Dilma. Ela foi, nos últimos seis meses, o personagem político mais atuante em relação a seus eventuais adversários. Ela se tornou mais conhecida e os eleitores estão percebendo mais claramente que ela é a candidata apoiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva", avaliou Rafael Lucchesi, diretor de operações da CNI.

Uma pesquisa do Ibope de fevereiro, encomendada pela Associação Comercial de São Paulo, já mostrava o crescimento de Dilma e a redução da liderança do tucano. Na ocasião, Serra tinha 36 por cento e a ministra, 25 por cento.

O governador de São Paulo ainda não declarou publicamente sua intenção de disputar a Presidência em outubro. Deve fazê-lo nos últimos dias de março. Ele conserva a dianteira em todos os extratos de renda, exceto entre aqueles que ganham até um salário mínimo.

Segundo sondagem divulgada nesta manhã, o deputado Ciro Gomes (PSB) aparece em terceiro lugar. Ele oscilou negativamente de 13 para 11 por cento, enquanto a senadora Marina Silva (PV) manteve-se com 6 por cento.

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Na última segunda-feira, a Reuters publicou reportagem mostrando que a diferença entre o tucano e a petista havia caído para cerca de 5 pontos percentuais e que seu percentual de intenção de voto superava os 25 por cento.

Transferência de voto

O instituto também mediu o potencial de transferência de votos do presidente: 53 por cento dos entrevistados afirmaram preferem votar em um candidato apoiado por Lula, enquanto 10 por cento podem votar em um nome da oposição. Outros 33 por cento afirmam que não levarão a posição do presidente em conta na hora de votar.

"É uma força significativa", adicionou Lucchesi.

Apesar do esforço do presidente em deixar claro que sua candidata é Dilma, a pesquisa mostrou apenas pouco mais da metade dos entrevistados (58 por cento) identificam a ministra nesse papel.

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Serra é o concorrente mais conhecido pela população: 65 por cento dos entrevistados afirmam conhecê-lo bem ou "mais ou menos". Ele também apresenta o menor índice de rejeição (25 por cento).

Já Dilma é conhecida bem ou "mais ou menos" por 44 por cento dos entrevistados, enquanto sua rejeição caiu fortemente para 27 por cento, ante os 41 por cento da pesquisa divulgada em dezembro.

Liderança

Apesar da queda, o governador de São Paulo lidera em todos os cenários estimulados --quando os nomes são apresentados aos entrevistados--, inclusive os de segundo turno.

No ranking espontâneo, porém, há uma inversão. Lula ainda aparece em primeiro lugar, com 20 por cento, apesar de estar fora do jogo eleitoral. Dilma aparece em segundo lugar (14 por cento), seguido por Serra, com 10 por cento. Não há comparação anterior nesse caso. Há nessa lista, um dado importante: 42 por cento dos entrevistados ainda se declaram indecisos.

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"O quadro político futuro vai depender da atuação dos demais nomes após se tornarem pré-candidatos", acrescentou Lucchesi. "Quando a campanha começar, os outros candidatos vão buscar exposição."

O Ibope entrevistou 2.002 pessoas entre os dias 6 e 10 de março em 140 municípios.