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Sarney reclama com Suplicy: “indelicadeza” ao falar sobre a crise política, quando ele  homenageava Euclides da Cunha | Jonas Pereira/Agência Senado
Sarney reclama com Suplicy: “indelicadeza” ao falar sobre a crise política, quando ele homenageava Euclides da Cunha| Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

Mercadante diz que bancada do PT foi derrotada

O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), voltou a comentar ontem a posição adotada pela bancada nas investigações de denúncias, pelo Conselho de Ética, contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e sua decisão de permanecer na liderança anunciada após conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando já tinha decidido deixar o cargo.

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Viana justifica omissão em declaração de bens

O senador Tião Viana (PT-AC) divulgou ontem nota à imprensa em que justifica a acusação de que teria ocultado de sua declaração de bens, datada de 2008, um terreno de sua propriedade situado em um condomínio em Rio Branco (AC). Segundo o petista, o imóvel está registrado em cartório em nome de sua esposa, Marlúcia Cândida Viana, o que desobriga Viana de prestar contas da propriedade à Justiça Eleitoral. "O senador tem a declarar que cumpriu a Lei 9.504, que diz que o candidato deve apresentar sua declaração de bens e foi o que ele fez", explica a nota.

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Brasília - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), trocou farpas ontem com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) no plenário da Casa, depois que o petista lhe cobrou explicações sobre a crise política que atinge a instituição. Sarney discursou no plenário do Senado por mais de meia hora sobre o escritor Euclides da Cunha sem mencionar a crise, mas foi obrigado a falar sobre as denúncias ao ser questionado pelo petista sobre sua declaração de que não pode ser responsabilizado pelas denúncias que atingem a Casa.

"Quando Vossa Excelência observou que não cometeu qualquer falta, que não sente culpa de coisa alguma, ora presidente Sarney. Há ocasiões que, se erros cometemos, é importante reconhecermos. Se Vossa Excelência não se deu conta que alguns procedimentos não foram adequados, seria importante ouvir seus companheiros no Senado sobre algumas coisas que muitos de nós não consideramos o mais adequado e gostaríamos de transmitir isso a Vossa Excelência. O reconhecimento dos próprios erros também é importante", afirmou Suplicy.

O petista mencionou o fato de Sarney ter afirmado, na semana passada, que não se sente responsável por nenhuma das 11 acusações que resultaram em processos arquivados pelo Conselho de Ética do Senado – todas denúncias e representações contra o peemedebista.

Irritado, Sarney disse que Suplicy foi deselegante ao aproveitar um comentário em seu discurso sobre Euclides da Cunha para falar da crise no Senado. Na opinião de Sarney, Suplicy não poderia ter usado um "aparte" em seu discurso sobre o escritor para tocar no assunto "crise".

"Vossa Excelência coloca neste gesto um gesto que não é de Vossa Excelência. A não ser que tenha sido tomado por paixão política para que tenha desrespeitado as regras da educação e convivência parlamentar", afirmou.

Suplicy disse, ainda, que foi cobrado por eleitores a discursar no Senado para pedir novas explicações do presidente da Casa. O petista havia se programado para discursar, mas aproveitou a presença de Sarney no plenário para criticar o peemedebista.

"A situação do Senado não está tranquila, não está resolvida. As pessoas desejam um esclarecimento mais cabal que as dúvidas sobre os conteúdos das representações sejam dirimidas. Eu ouvi discursos de Vossa Excelência, fiquei com muitas dúvidas, gostaria de vê-las esclarecidas", afirmou o petista.

Logo após a intervenção de Suplicy, Sarney encerrou o seu discurso para evitar novas críticas. O presidente do Senado discursou por mais de meia hora sobre Euclides da Cunha na tentativa de mostrar que a Casa encerrou a crise política que atinge a instituição há seis meses. Antes do aparte de Suplicy, Sarney não havia mencionado a crise em nenhum momento do discurso.

Foi a primeira vez desde que o Conselho de Ética arquivou os 11 processos contra o peemedebista que Sarney ocupou a tribuna para discursar – sobre um tema não relacionado às denúncias que atingem a instituição e a sua própria imagem desde fevereiro.

Sarney discursou para um plenário esvaziado, como ocorre tradicionalmente às segundas-feiras na Casa.

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