Uma denúncia de compra de votos supostamente feita pelo vereador Paulo Bebber (PR), de Cascavel, foi encaminhada pela Comissão Eleitoral da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ao MP (Ministério Público). O vereador reeleito teria doado, no período eleitoral, um cheque de R$ 2,5 mil para estudantes do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual do Reassentamento São Francisco realizarem uma viagem.
A suposta compra de votos foi registrada em duas atas de reuniões da escola. Na primeira, datada do dia 8 de agosto de 2012, a diretora Maria de Lourdes da Silva Oliveira demonstra preocupação com o fato de Bebber ter se reunido com alunos na frente da escola. O encontro dos estudantes com o político aconteceu sem o consentimento da diretoria.
De acordo com a ata, na reunião com os alunos o vereador se comprometeu em providenciar um ônibus para que os formandos realizassem uma viagem ao litoral. Uma das professoras demonstrou preocupação porque o caso "parece que se configura uma troca de favores", diz o documento.
Em outra reunião de professores realizada no dia 9 de outubro, quatro dias após o primeiro turno das eleições e com Bebber já reeleito, o assunto foi colocado em pauta novamente. Segundo a ata da reunião, o parlamentar repassou um cheque no valor de R$ 2,5 mil aos estudantes. Durante a reunião foi sugerido que os alunos devolvessem o cheque ao político.
A diretora confirma que os alunos se reuniram em frente à escola com Bebber, mas diz não saber se o cheque foi devolvido já que existia uma comissão responsável pela formatura. Segundo ela, os formandos fizeram a vigem, mas para um parque aquático de Maringá ao invés do litoral. "O colégio ficou isento disso, tudo o que soubemos a gente procurou averiguar com a comissão [de formatura] do terceiro ano e pedimos para que devolvessem esse cheque. Não adianta a gente ensinar uma coisa e fazer outra", diz Maria de Lourdes.
Procurado pela reportagem, Paulo Bebber não quis comentar a denúncia.
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