O advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que representa o presidente do PTB, Roberto Jefferson, no processo do mensalão, afirmou nesta terça-feira (4) que há uma tendência no Supremo Tribunal Federal (STF) de flexibilizar as provas da ação. Para ele, a condução do processo pelo relator da causa, ministro Joaquim Barbosa, "obedece à lógica da acusação" feita pela Procuradoria-Geral da República. "Estão flexibilizando as provas", disse.
Segundo Corrêa Barbosa, "é novidade" a inflexão de alguns ministros em relação à aceitação de provas pré-processuais no julgamento. "Mas eles (os ministros) estão dizendo os seus motivos (para o uso dessas provas)", completou. O advogado disse que, nos casos de condenações, certamente os defensores vão entrar com recursos para discutir a validade das provas.
"Não há dúvida de que algumas coisas vieram com o colorido diferente do que esperavam", afirmou o defensor, ao ressaltar que, também para ele, a prova submetida ao crivo do contraditório tem preponderância sobre as demais.
Corrêa Barbosa disse que o caso de seu cliente "é diferente dos demais". O presidente do PTB é réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por ter admitido o recebimento de R$ 4 milhões do esquema montado por Marcos Valério e Delúbio Soares.
"Ele (Roberto Jefferson) não tem nada a ver com isso: não foi no (Banco) Rural, ele recebeu no partido, levado por pessoa indicada pelo partido, o Marcos Valério, fruto do ajuste previsto em lei", disse o defensor, alegando que os repasses serviram para custear despesas com candidaturas para as eleições municipais de 2004.
O advogado ironizou a profusão de memoriais que as defesas de réus na ação têm apresentado ao longo do julgamento. "É mais uma explicação para o cliente", afirmou. "Cada um faz do seu jeito. Eu até agora não apresentei nenhum, nem antes, nem durante, o que é muito esquisito, nem depois (sic)", afirmou, ao ponderar que a decisão de enviar ou não um memorial aos ministros é da "compreensão e do estilo" de cada advogado.
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