O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki abriu inquéritos relacionados à Operação Lava Jato para investigar o ex-tesoureiro da campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff em 2014, Edinho Silva, atual ministro da Comunicação Social, e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

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Eles foram apontados na delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa, como beneficiários de recursos do esquema de corrupção da Petrobras e, por isso, a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu abertura de inquérito para investigar os fatos.

No caso de Edinho, os recursos ilícitos teriam sido captados para a campanha eleitoral de Dilma, segundo a delação do empreiteiro. Já em relação a Mercadante, os recursos teriam sido obtidos para sua campanha ao governo de São Paulo em 2010.

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A UTC doou R$ 7,5 milhões para a campanha presidencial petista no ano passado. Pessoa disse aos investigadores que foi coagido para fazer essa doação, sob ameaça de não manter seus contratos com a Petrobras.

Com o inquérito, a PGR vai aprofundar a investigação desses fatos relacionados à captação de recursos da campanha de Dilma em 2014 relatados pelo empreiteiro.

Diferentemente do primeiro pacote de abertura de inquéritos contra políticos na Lava Jato, que teve como alvos deputados e senadores, desta vez Teori não publicizou suas decisões, que atingem a cúpula do Palácio do Planalto.

Teori determinou ainda a abertura de inquérito contra o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), também apontado por Pessoa como beneficiário de recursos ilícitos.

OUTRO LADO

Ex-tesoureiro da campanha à reeleição de Dilma, Edinho Silva afirmou em nota que agiu “dentro da legalidade” à frente da arrecadação de recursos para a disputa presidencial de 2014. Segundo ele, “as contas da campanha foram aprovadas por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral”.

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“Sou plenamente favorável que se apure todos os fatos e que todas as dúvidas sejam esclarecidas. Tenho a tranquilidade de quem agiu como coordenador financeiro da campanha presidencial de 2014 dentro da legalidade, as contas da campanha foram aprovadas por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral”, diz a nota assinada pelo atual ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência.

Mercadante afirmou, também em nota, que a tese de Ricardo Pessoa sobre as doações à sua campanha como candidato do PT ao governo de São Paulo, em 2010, é “absolutamente insustentável”. Segundo o ministro, o empreiteiro doou R$ 500 mil ao seu comitê eleitoral, “devidamente comprovados em prestação de contas à Justiça Eleitoral”.

O empreiteiro, por sua vez, disse em delação premiada que doou R$ 500 mil a Mercadante em 2010, porém, R$ 250 mil de forma legal e outros R$ 250 mil mediante recursos não contabilizados.

Na prestação de contas da época, a campanha de Mercadante declarou ao TSE a doação de R$ 250 mil da UTC e R$ 250 mil da Constran Construções, do mesmo grupo de Pessoa.

Edinho e Mercadante dizem que estão “à disposição da Justiça” para eventuais esclarecimentos.

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Aloysio Nunes, por sua vez, afirmou, também por meio de nota, que “é simplesmente absurda a mera suposição de que eu, oposicionista notório e intransigente aos governos do PT, pudesse favorecer negócios da Petrobras”. Disse ainda que a investigação da Procuradoria é um “desvio do verdadeiro foco da Operação Lava Jato”.