Alvos de diversas denúncias nos últmos dias, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) candidatos à presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, respectivamente aparecem agora envolvidos em mais um caso de irregularidades. Reportagem da revista Época deste fim de semana mostra que os dois peemebistas estão entre os envolvidos nas denúncias da Operação Navalha, de 2007, que investigou o esquema de pagamento de propina montado pelo empreiteiro Zuleido Veras, da empreiteira Gautama.
De acordo com a revista, o inquérito da Polícia Federal que trata do esquema de Zuleido aponta que há fortes indícios de pagamento de propina a Renan e Alves. A reportagem mostra acordos e pagamentos feitos por funcionários do empreiteiro para assessores dos dois políticos. Segundo a revista, intercepções telefônicas, recibos bancários, relatórios de vigilância e até anotações pessoais de assessores dos políticos fazem parte das provas do processo.
Renan e Alves estariam envolvidos na liberação de recursos para a construção da barragem Duas Bocas/Santa Luzia, no rio Partagy, em Alagoas. A obra tocada pela Gautama ampliaria o abastecimento da região metropolitana de Maceió. De acordo com a publicação, o empreiteiro Zuleido Veras conseguiu R$ 30 milhões para a obra, depois de se aproximar e pagar propina a assessores dos dois parlamentares. A barragem não chegou a ser concluída, as obras estão paradas e a previsão de conclusão é para 2020.
Influência
Segundo a PF, Zuleido tinha estreitas relações com Everaldo Ferro, assessor do senador Renan Calheiros. Nas provas obtidas pela PF, constam registros de pagamentos a Everaldo e ligações entre ele e Zuleido que atestam troca de favores. Em 9 de março de 2007, a PF filmou um encontro entre o empreiteiro e outra pessoa ligada ao senador: Adeílson Bezerra, que era secretário de Infraestrutura em Alagoas.
No encontro, Zuleido teria entregue R$ 145 mil ao secretário. No dia seguinte, um telefonema de Adeílson indica que ele iria à casa de Renan entregar um "pacote de Rei Leão". Os delegados suspeitam que o pacote fosse uma referência à propina paga por Zuleido.
Ainda conforme a investigação, as propinas surtiram efeito. No dia 23 de março de 2007, uma ligação entre Renan e Flávio Pin, diretor da Caixa Econômica que acabou preso na operação, mostrava que ambos estavam dispostos a facilitar a liberação de recursos para a obra da Gautama.
Deputado
A Polícia Federal também gravou imagens de um encontro entre Francisco Bruzzi, assessor do deputado Henrique Alves, com uma funcionária da construtora Gautama no aeroporto de Brasília. Segundo a investigação, as filmagens, feitas também no dia 9 de março, indicam que Bruzzi recebeu R$ 20 mil da funcionária da empreiteira. A polícia ainda encontrou depósitos oriundos de Zuleido na conta de Bruzzi e de sua mulher.
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