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O serralheiro de 36 anos preso por ser suspeito de queimar um carro com quatro pessoas amarradas dentro, na cidade de Bragança Paulista, a 85 km de São Paulo, confessou à polícia que participou do crime e delatou um comparsa, que foi preso na tarde desta terça-feira (12).

A informação é da Delegacia Seccional de Bragança Paulista, onde os dois estão sendo interrogados. Na noite de segunda-feira (11), ele havia negado a participação no crime em depoimento informal prestado à polícia.

Três pessoas morreram: o casal Eliana Faria da Silva e Leandro Donizete de Oliveira, carbonizados no incêndio, e o menino Vinícius Faria de Oliveira, de cinco anos, internado após o crime, mas que não resistiu aos ferimentos - ele teve 90% do corpo queimado - e morreu nesta terça-feira. A mulher que sobreviveu ao latrocínio, reconheceu, por foto, o suspeito.

De acordo com o delegado da Seccional de Bragança, Paulo Afonso Nucci, a polícia técnica havia considerado "frágil" a versão apresentada pelo serralheiro para justificar as queimaduras que tem no braço esquerdo, no rosto e na testa. Ele alegou ter se machucado enquanto trabalhava na serralheria, mas a blusa que diz ter usado não apresenta sinais de contato com fogo, e ele tem ferimentos no braço esquerdo, apesar de ser destro.

O serralheiro já cumpriu 8 anos e dez meses de prisão em Franco da Rocha por latrocínio. Ele passou um terço da pena em reclusão e o resto do período em regime semi-aberto, de acordo com a Delegacia Seccional de Bragança. O suspeito foi reconhecido pela única sobrevivente do crime, Luciana Michele Dorta, que está internada no Hospital São Francisco com queimaduras de segundo grau em 80% do corpo.

Crime

Segundo a polícia, dois assaltantes entraram na casa de Eliana, gerente de uma loja de tecidos, e fizeram ela, o filho e o marido reféns. Eles a obrigaram a ir até a casa de Luciana, funcionária da empresa, que guardava as chaves do cofre da loja.

Os criminosos roubaram cerca de R$ 20 mil do cofre. Depois, levaram os quatro para a estrada que liga Bragança Paulista a Atibaia. As vítimas foram amarradas e o veículo, incendiado. Luciana conseguiu sair do carro e chegou a se fingir de morta quando os bandidos voltaram ao local. Ela ainda conseguiu retirar a criança do veículo.

Uma das hipóteses apresentadas pela polícia é que o crime tenha sido premeditado por pessoas conhecidas da vítima. Um carro utilizado pelos assaltantes é uma das pistas consideradas para basear essa hipótese.

Velório

O corpo da criança está sendo velado no Cemitério da Saudade e a cerimônia reúne conhecidos da família e moradores da cidade, que ficaram revoltados com o crime. O enterro estava previsto para as 17h desta terça-feira.

"Bragança inteira está revoltada. Não vão perdoar esses bandidos", disse a moradora da cidade Matilde de Próspero, de 56 anos, que não conhecia a família, mas fez questão de ir ao velório. "Bragança não está acostumada com isso. Esse crime é estarrecedor", disse outra moradora, que não quis se identificar.

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