Durante a sessão do Conselho de Ética que discute a suspeita de fraude na votação que determinou o prosseguimento do processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) entrou na reunião para se defender da acusação de falsificar sua assinatura no documento em que renunciava à vaga de titular na votação para favorecer o peemedebista. Gurgel negou as acusações de fraude.
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Ele disse que faz tratamento psicológico há mais de três anos e que toma remédio de tarja preta. Alegou que estava sob efeito de álcool e remédio controlado tarja preta quando assinou o documento de renúncia do cargo.
O jornal Folha de S.Paulo consultou dois peritos que atestaram a falsidade da assinatura de Gurgel. Na noite da votação do parecer que deu continuidade ao processo disciplinar contra Cunha, Gurgel encaminhou uma carta de renúncia ao cargo de membro titular do colegiado. Na ocasião, o próprio líder do PR, deputado Maurício Quintella Lessa (AL), assumiu a função para assegurar que o voto favorável a Cunha fosse mantido. O parecer contra o peemedebista, porém, foi aprovado por 11 votos a 10.
Gurgel disse que tem a mesma posição de Maurício Quintella, ou seja, que é contra a cassação de Cunha. Disse ainda que, usualmente, deixa documentos assinados no gabinete para fazer valer sua vontade, já porque mora longe, no Amapá. “Não devemos levar isso no campo pessoal. (...) Faço tratamento psicológico tem mais de três, tomo remédio controlado. Na quinta-feira, bebi um pouco antes de viajar e na sexta estava sob efeito de álcool com remédio controlado. Estou afirmando com a minha palavra, se alguém quiser acreditar. A assinatura é minha e queria que pedisse à Mesa laudos psicológicos”, disse o deputado.
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) interrompeu a fala de Gurgel, afirmando que as explicações eram suficientes, mas o deputado insistiu. “Eu tomo remédio tarja preta, quero explicar. Faço tratamento há mais de três anos. Peça para a mesa diretora e busque os tratamentos que faço há três anos. Às vezes no cartório não confere [a assinatura]. Depois de falar, Gurgel fez questão de conversar com deputados do conselho e se explicar, mesmo com a sessão em andamento
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