O tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, fez nesta sexta-feira (28) um discurso em sua defesa durante a reunião do diretório nacional do partido, em Fortaleza, para dizer que todas as contribuições que recebeu para a legenda são legais. "Nunca fiz nada de errado", afirmou.
Vaccari foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa como intermediário do PT no repasse de dinheiro desviado da estatal no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
O tesoureiro afirmou ainda que a quebra de seu sigilo é uma "ação midiática" e que isso já foi feito outras vezes --durante as investigações do caso Bancoop, por exemplo-- e que "nunca acharam nada".Após a rápida intervenção, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, falou em favor do correligionário e disse que "a maior defesa de Vaccari é a sua vida". O dirigente petista pediu palmas em solidariedade ao tesoureiro e foi prontamente atendido.
Vaccari tem dito a aliados que é vítima de "injustiça" ao ver seu nome aparecer citado nas investigações. Para ele, estão querendo transformar "doações legais em ilegais".
Nos bastidores, petistas reclamam do que classificam como "instrumentalização" da Polícia Federal, com delegados que querem "pegar o PT a qualquer custo".
DocumentoA cúpula do partido concluiu no fim da manhã desta sexta a redação de um texto que servirá de base para a resolução que será aprovada no fim do encontro, neste sábado (29).
No documento, os principais pontos se referem à reforma política e à regulação da mídia. Petistas garantem que a presidente Dilma Rousseff prometeu realizar uma consulta popular para debater a democratização dos meios de comunicação no segundo semestre de 2015.
O texto faz ainda acenos a algumas bandeiras de esquerda, como a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e um pedido de mobilização nacional para rever o fator previdenciário, como forma de atrair os movimentos sociais.
A avaliação é que é importante "compensar" as escolhas para a formação da nova equipe econômica da presidente Dilma, considerada por quadros do partido como "liberal", com medidas que tenham respaldo da militância petista.
A proposta reconhece ainda os problemas do PT com o tema da corrupção, sensível ao partido desde o mensalão, e defende apurar o esquema de fraude na Petrobras. No entanto, faz a crítica de que a PF estaria "instrumentalizando" as investigações.