Acuado pelas investigações da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal (PF), e sob risco de ter prisão decretada a qualquer momento, o policial civil aposentado Marcelo Toledo Watson, personagem-chave do esquema de corrupção no governo de Brasília, negocia um acordo de delação premiada com o Ministério Público (MP) e o Judiciário. Suas revelações são vistas como uma dose extra de informações importantes para as investigações que provocaram até agora a prisão do governador José Roberto Arruda, a renúncia do seu vice, Paulo Octávio, e processo de cassação de oito deputados distritais, acusados de envolvimento no "Mensalão do DEM".

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Proposto em troca de redução de pena, o acordo ainda não foi fechado. Uma ala do Judiciário acha que, devido à abundância de provas já levantadas, o inquérito pode chegar a bom termo sem que se dê perdão processual a mais alguém. O benefício já foi concedido ao ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, cujas revelações ajudaram a aprofundar as investigações do esquema de corrupção.

Outra corrente acha que as informações de Toledo podem ajudar a esclarecer pontos intrincados do inquérito. Responsável pelo leva e traz de dinheiro arrecadado de empresários para os operadores do esquema, ele pode fortalecer as provas contra alguns acusados, como Paulo Octávio - que não aparece em nenhuma das gravações sobre o esquema.

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Mas os dois lados concordam que a colaboração de Toledo joga mais lama sobre a elite política do DF e reforça a tese da intervenção federal. Seu advogado, Raul Livino, disse desconhecer o acordo, que considera "prematuro".

Para a PF, o inquérito pode avançar sem a colaboração de Toledo, mas ela é útil para acelerar as investigações e esclarecer as atividades do ex-policial como operador de Paulo Octávio, apontado no inquérito como um dos destinatários das propinas arrecadadas de empresários. Em vídeo, o ex-policial aparece entregando propina a assessores de Arruda.