Os irmãos Simão, que administram várias massas falidas em todo o Paraná, e o deputado estadual Fabio Camargo (PTB) negaram ontem participação em supostas irregularidades na administração de falências no estado e fizeram ataques mútuos. Tanto o deputado quanto os irmãos são citados em inquérito da Polícia Federal, segundo o jornal O Estado de S.Paulo, como membros de grupos que disputam o controle dos processos de falência no Paraná.
De acordo com a reportagem, um inquérito da PF aponta uma "relação incestuosa" entre magistrados do estado e advogados que buscam a primazia na administração de falências. Esse inquérito, segundo o jornal, chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na semana passada, juízes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo estiveram em Curitiba coletando documentos sobre falências no Paraná.
Segundo o Estado de S.Paulo, os grupos receberiam porcentagens definidas pelos juízes sobre a administração dos bens e sobre as vendas do patrimônio da empresa, como imóveis e máquinas.
"Fomos procurados pelo CNJ e demos tudo que nos pediram. Sem problema nenhum", disse o advogado Marcelo Simão. Ele negou qualquer irregularidade na condução das massas falidas e na relação com os juízes das varas de falências e com desembargadores. "Começamos nisso em 2003, batendo de porta em porta de juiz. Fomos ganhando os processos por resultados. Se você faz bem seu trabalho, um juiz passa a te indicar para o outro. É assim que funciona", disse ele.
Segundo Simão, nunca houve contato de sua família com o deputado Fabio Camargo ou com o pai dele, o presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ), desembargador Clayton Camargo citado no inquérito. "É uma briga que nasceu dentro do TJ que nada tem a ver conosco, mas acabamos virando o alvo dele [o deputado]. Mas ele não ficará sem resposta." Simão move quatro ações por difamação e calúnia contra o deputado.
Já Camargo, em discurso no plenário, defendeu o pai: "Meu pai, um homem honrado, jamais se relacionou com bandido dessa organização criminosa." O deputado, que na semana passada chegou a elogiar o jornal O Estado de S. Paulo, desqualificou a reportagem.
"A tese que sustenta a existência de dois grupos em luta pelo controle das falências no Paraná é absurda, fantasiosa e absolutamente escandalosa. Minha atuação, relativamente à busca da regularização das falências no Paraná, sempre foi visando cumprimento de dever institucional, atendendo ao sério clamor popular."
O deputado liderou uma CPI na Assembleia sobre as falências que acabou finalizada por determinação do Tribunal de Justiça. E foi o propositor de uma nova CPI, ainda não instalada, para também investigar as falências. Camargo ainda negou ter instrumentalizado a CPI em troca de apoio à sua eleição para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas (TC).
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