Os prefeitos Rudisney Gimenes (PMDB), de Pontal do Paraná, e Amauri Johsson (PPS), de Rio Branco do Sul, conseguiram na Justiça interromper o andamento dos trabalhos das comissões parlamentares que poderiam terminar na cassação de seus mandatos.
Gimenes conseguiu, no fim de abril, liminar na Justiça que declarou os seis vereadores oposicionistas impedidos de prosseguir com o processo de cassação. Segundo Gimenes, os parlamentares foram considerados partes interessadas no processo porque moviam ações individuais contra o prefeito, pedindo indenizações. Gimenes acusou alguns vereadores de quererem receber "mensalinho", o que levou os parlamentares a moverem as ações.
O prefeito de Pontal também afirma que, como não tem maioria na Câmara, enfrenta dificuldades para aprovar projetos. "Até hoje o orçamento está sub júdice. Mas acho que agora caiu a ficha de alguns vereadores, que passaram a votar favorável aos projetos da prefeitura", diz. A Câmara de Pontal tem nove vereadores, dos quais três formam a base aliada do prefeito.
Já o presidente da Câmara de Pontal, Alexandre Pereira (PDT), afirma que o processo aberto na Câmara contra o prefeito foi por falta de decoro. Ele diz também que os vereadores não pretendem continuar com os trabalhos da comissão processante. "Vamos buscar um novo caminho. Hoje não tem como abrir uma comissão processante em Pontal. Há muita interferência", afirma.
Em Rio Branco do Sul, o prefeito Amauri Johnsson diz que as disputas políticas começaram assim que ele assumiu o cargo. Ele entrou no lugar do então prefeito, Pedro Portes de Barros (PP), em março de 2005, que teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral. "Logo que assumi, vereadores iniciaram medidas para me cassar. Mudamos o rumo do município, o que melindrou alguns membros da Câmara. Anulamos alguns contratos que feriam os melhores princípios da administração pública", diz. O prefeito afirma que na Câmara somente um dos nove vereadores está do seu lado.
Salvação
Johnsson obteve na Justiça decisão que suspendeu o processo de cassação movido na Câmara contra ele em fevereiro. "Se houvesse ocorrido o julgamento, o resultado seria uma homologação de minha cassação. Ainda bem que as portas do Judiciário estão abertas", disse.
Para o ex-presidente da Câmara de Rio Branco do Sul, Araslei Cumin (PSDB), não há perseguição política na cidade. "O prefeito foi denunciado pelo Ministério Público em dois processos crime, por falsificação de documentos para cobertura de licitação e por irregularidades em transporte escolar." Segundo Cumin, a Câmara aguarda o resultado do recurso da decisão judicial que suspendeu a votação de cassação do prefeito. "O processo de cassação foi instalado por questões técnicas, pelo cometimento de irregularidades em procedimentos licitatórios", afirma. O prefeito, contudo, nega as acusações.
Deixe sua opinião