Um suposto atentado mobilizou o Senado argentino no fim da tarde desta terça-feira (3), em Buenos Aires. A denúncia de que haveria uma bomba no Congresso interrompeu as atividades da Casa, entre elas as reuniões do Encontro Latinoamericano de Alternativas ao Extrativismo, do qual participavam quatro deputados estaduais do Paraná.
Rasca Rodrigues (PV), José Carlos Schiavinato (PP), Fernando Scanavaca (PDT) e Márcio Nunes (PSC) integravam a comitiva brasileira que participava do evento na hora em que o prédio do Senado precisou ser evacuado. O grupo de brasileiros tinha ainda dois vereadores e um representante de Toledo, Oeste do Paraná, e outros dois representantes de ONGs voltadas para as questões ambientais. A reunião que precisou ser interrompida debatia os impactos da exploração de gás de xisto pelo método fracking na Argentina.
“Foi um susto muito grande. A gente não tem como informar, mas para eles [senadores argentinos que participavam do encontro] ficou claro que foi intimidação. Tanto que reagiram de maneira mais tranquila, por entender que isso é uma prática normal aqui”, comentou o deputado Rasca Rodrigues. “Parte da política daqui é financiada pelo fracking, que também é uma espécie de solução econômica do país. E discutir isso é um problema”, completou.
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Leia a matéria completaSegundo o deputado, a informação de que haveria uma bomba no Senado foi anunciada pela Polícia Federal argentina por volta das 18 horas. Todos os que estavam no espaço foram obrigados a deixar o local e seguir para uma área indicada pelos policiais. O aguardo até a confirmação de que não havia perigo foi de quase uma hora. Depois, as atividades foram retomadas normalmente.Apesar do susto, todos passam bem.
De acordo com informações do jornal Clarín, fontes do Legislativo asseguraram que uma ligação anônima havia apontado a suposta existência de um artefato explosivo no salão Illia, justamente onde ocorria o seminário sobre extrativismo do qual participavam os paranaenses e também representantes do legislativo uruguaio e equatoriano. Porém, nada de suspeito foi localizado.
O senador argentino Pino Solanas postou em suas redes sociais uma imagem que mostra o momento da saída dos participantes do evento do salão. “Ameaça de bomba no Senado nos obriga a deixar os salões quanto discutíamos sobre alternativas ao extrativismo”. Em outra postagem, ele acrescenta: “Parece que refletir sobre este tema chateia algumas pessoas”.
A suposta existência de bombas no Senado argentino ocorreu apenas quatro dias depois de dois shoppings de Buenos Aires terem sofrido a mesma ameaça. No dia 30 de outubro, o Ministério de Segurança confirmou as ameaças e informou o trabalho de agentes de segurança nos arredores.
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