Na tentativa de atenuar a pena e se manter livre mesmo se condenada, Suzane von Richthofen, 22 anos, não pára de produzir novidades para sua tese de defesa. Ela acaba de tirar Astrogildo Cravinhos do papel de pai constrangido para o de cúmplice no crime que ela e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos confessaram ter planejado e cometido, a morte de Marísia e Manfred com Richthofen, em outubro de 2002. Quem informa é o advogado Mauro Nacif:
- Ela não tem prova, não tem gravação, mas desconfia que ele soubesse do plano de matar os pais dela. Ela não tinha pensado nisso antes, "caiu a ficha". Para a tese de defesa, isso é muito importante, mas ela não tem certeza de que ele sabia - afirma Mauro Nacif, que está reunido nesta manhã com Suzane para conversar sobre detalhes desta desconfiança.
Nesta terça-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decide se Suzane pode aguardar em liberdade provisória o julgamento e, caso condenada, se poderá permanecer livre para recorrer da sentença. O julgamento de Suzane dos irmãos Cravinhos está marcado para 17 de julho.
Se o benefício da liberdade provisória ou da prisão domiciliar for concedido definitivamente a Suzane, a promotoria teme que os advogados da jovem entrem com novos recursos para adiar o julgamento e até faltem à sessão do Tribunal do Júri. A defesa até preparou os argumentos para justificar o adiamento.
- Se ela estiver em liberdade provisória, o julgamento de Suzane não acontecerá no dia 17. O Código Penal é claro: primeiro serão julgados os réus que estão presos - garante Nacif.
- Se os ministros do STJ negarem o pedido e Suzane for presa novamente, não interessará aos defensores adiar o julgamento. Será melhor resolver logo a questão para poder apelar da sentença - explica o promotor Nadir de Campos Júnior.
O promotor explica que os dias que ela passa presa em casa também são computados na sentença, o que também favorece as tentativas de um novo adiamento.
No caso de o juiz optar por realizar o julgamento com um defensor público - nomeado depois que os advogados de defesa abandonaram o plenário no primeiro julgamento - caberá a própria Suzane adiar o júri. Ela poderá recusar o defensor público, forçando um adiamento para que ela nomeie um novo defensor ou os mesmos. Ou seja: a estratégia será fazer qualquer coisa para adiar o julgamento e manter a jovem em liberdade, ainda que provisória.
Suzane e os irmãos Cravinhos são réus confessos do assassinato dos pais dela, Manfred e Marísia von Richthofen, em outubro de 2002. Suzane abriu as portas para que os irmãos entrassem na casa onde morava com os pais. O casal foi morto a pauladas enquanto dormia.
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