Um acordo entre os advogados de Suzane von Richthofen e dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos pode permitir que seja feita uma acareação entre eles, por conta das versões diferentes apresentadas para o caso.
Nesta segunda-feira, Daniel mudou a versão do crime e disse que matou sozinho os pais de Suzane, Marísia e Manfred von Richthofen. Afirmou que o irmão ficou paralisado na hora do crime e não conseguiu desferir os golpes. Por isso, teria matado sozinho o casal.
A versão contraria o depoimento inicial que os dois deram a polícia, no qual Cristian foi o primeiro a confessar o crime depois de ser flagrado com uma moto comprada com o dinheiro tirado da casa dos Richthofen.
Daniel disse ainda que Suzane sempre falou em matar os pais por conta do mau relacionamento com eles. Na versão dele, Marísia e Manfred eram violentos, brigavam constantemente e batiam nem Suzane com freqüência. Além disso, tentou desfazer a imagem de garota ingênua e enganada dizendo que Suzane já não era mais virgem quando começaram a namorar e consumia drogas antes de conhecê-lo. Chegou a dizer que brigava com ela para que consumisse menos drogas.
Suzane seguiu à risca a versão que os advogados vêm apresentando à imprensa nos últimos meses. Negou que a família fosse desestruturada e que o pai tivesse um dia tentado abusar sexualmente dela, versão que chegou a falar durante o processo, na tentativa de justificar o crime.
- Se os jurados entenderem que ela planejou o crime ela será condenada. Se entenderem que não, que quem planejou foi Daniel, ela tem chance de ser absolvida - disse o advogado Mauro Nacif, que faz a defesa de Suzane.
O advogado de defesa dos irmãos Cravinhos, Geraldo Jabur, disse que pedirá a acareação dos três acusados e considerou as declarações de Suzane "monstruosas" por ter acusado Daniel de ter sido o mentor do crime.
O criminalista Alberto Toron, contratado como assistente de acusação pela família da própria Suzane, disse que os três réus foram muito bem instruídos e que a jovem mostrou uma grande capacidade de articulação, sendo muito fria.
- Ela não chorou - disse.
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