Atualizado em 22/07/2006 às 13h32
Depois de cinco dias de julgamento e mais de 55 horas de sessões, terminou na madrugada deste sábado o julgamento do caso Richthofen, que chocou o país. Os jurados consideraram que Suzane von Richthofen e os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos tiveram participação igual no crime. Suzane e Daniel foram condenados a 39 anos de prisão, em regime fechado, e seis meses em regime semi-aberto. Cristian Cravinhos foi condenado a 38 anos de prisão, em regime fechado, e seis meses de detenção em regime semi-aberto.
Eles foram condenados por duplo homicídio triplamente qualificado. Suzane e Daniel responderam também por fraude processual, por terem modificado a cena do crime para dar impressão de latrocínio. Cristian respondeu também por furto, por ter ficado com dinheiro e jóias retiradas da casa dos Richthofen. Nenhum dos três poderá recorrer da sentença em liberdade.
Suzane, Daniel e Cristian ouviram a sentença em frente ao juiz, sob forte esquema policial - 20 policiais protegiam a Tribuna. Cristian estava no meio e Daniel e Suzane nas pontas. Ela passou o tempo todo com a cabeça enterrada no peito. Os irmãos Cravinhos ficaram de cabeça baixa. O juiz Alberto Anderson Filho afirmou que foi feita a vontade da sociedad e e que apenas aplicou a pena decidida pelos jurados, que considerou 'ótimas pessoas'.
- Foi uma vitória da própria advocacia, pela excelência dos trabalhos. Muita gente acreditava que este julgamento não sairia, ou se saísse terminaria em pizza. A sociedade não suporta mais este tipo de resultado - disse Tardelli.
O advogado de Suzane von Richthofen, Mauro Nacif, que lutou pela absolvição de sua clienta, admitiu a derrota .
- Estou derrotado, vencido. Porém, não estou convencido. Perdi, estou muito triste. Mas vamos recorrer apenas para baixar a pena. Fui lutador. Fui Felipão, não Parreira - disse Nacif.
Geraldo Jabur, advogado dos Cravinhos, que tentou retirar as qualificadoras para abrandar a punição, disse que a pena foi bem distribuída, pois Cristian, mesmo tempo respondido também por crime de furto, teve uma pena menor.
A platéia que acompanhou atenta os cinco dias de julgamento saiu em silêncio do Tribunal. Suzane voltará para o Centro de Ressocialização de Rio Claro. Os Cravinhos vão para o presídio de Tremembé
A promotoria havia pedido prisão de 50 anos para cada um por duplo homicídio triplamente qualificado . Mas o juiz Anderson Alberto Silva, que presidiu o júri, optou por uma pena menor para evitar novo julgamento.
Os sete jurados - três mulheres e quatro homens - responderam a perguntas elaboradas pelo juiz Anderson Alberto Filho. Foi perguntado a eles se achavam que houve intenção de matar, se as vítimas tinham chance de defesa e, no caso de Cristian, se ele teve intenção de furtar jóias e dinheiro da família. Em relação a Suzane havia perguntas questionando se ela agiu sob coação de Daniel e se ela facilitou a ação dos irmãos. Os jurados responderam sim ou não para cada uma das perguntas. O júri popular foi composto por Luiz Soares de Mattos, Maria Regina Alexandre, Dimas Mariano de Souza, Dionísio José da Cruz, Cleide Claris, Iolanda de Oliveira Toledo e José Willians Machado de Souza.
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