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Atualizado em 12/04/2006 às 19h23

Depois de passar pouco mais de nove meses em liberdade, graças a uma liminar do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Suzane Richthofen voltou à prisão. Ela foi transferida para a penitenciária feminina de Sant'Anna, na zona norte da capital paulista. As informações iniciais eram de que ela voltaria para o Centro de Ressocialização de Rio Claro, a cerca de 200 quilômetros de São Paulo, onde permaneceu presa por 10 meses, entre 2004 e 2005.

A pedido do advogado de Suzane, Denivaldo Barni, a polícia passou o dia trabalhando para transferi-la para o presídio no interior, mas a coordenadoria dos presídios decidiu levá-la para o presídio na zona norte da cidade. Ela saiu do prédio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de São Paulo, onde estava desde que se entregou na segunda-feira, cercada por policiais. Foi levada até um carro da polícia do lado de fora e uma multidão a aguardava. Ela foi vaiada e xingada.

Na Penitenciária de Sant'Anna, Suzane ficará sozinha numa cela por alguns dias para de adaptar ao convívio com outras presas. O presídio tem 1.295 detentas.

Suzane Richthofen é acusada de planejar e participar do assassinato de seus pais Manfred e Marísia von Richthofen em outubro de 2002, em parceria com os irmãos Christian e Daniel Cravinhos. Ela voltou à prisão depois de uma polêmica entrevista concedida ao programa 'Fantástico', da TV Globo, em que seus advogados, Denivaldo Barni e Mário Sérgio de Oliveira, foram flagrados pelos microfones dando orientação para que Suzane chorasse.

O promotor Roberto Tardelli considerou a entrevista uma 'farsa de quinta categoria' e fez o pedido de prisão dela ao juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Paulo, Richard Chequini, alegando que ela poderia tentar fugir depois do fracasso de sua estratégia. Chequini decretou a prisão, mas com outra ênfase: para ele, a liberdade de Suzane colocava em risco seu irmão Andreas, já que os dois brigam na Justiça por bens deixados pelos pais.

O julgamento de Suzane, bem como dos irmãos Cravinhos, está marcado para o dia 5 de junho, mas ela poderá ser julgada depois.

Suzane Richthofen passou a noite na carceragem do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).Os advogados dela devem entrar nesta quarta-feira com recurso no Tribunal de Justiça de São Paulo, pedindo que ela volte a aguardar o julgamento em liberdade. De acordo com Oliveira, a prisão preventiva não tem sentido, já que Suzane tem residência fixa e nunca ameaçou o irmão.

O delegado Marco Antonio Olivado afirmou que Suzane parecia estar sedada na noite desta segunda-feira, pois teve dificuldades para responder algumas perguntas. Nesta terça-feira, submetida a exame de corpo de delito, o médico afirmou que ela está bem.

O advogado Denivaldo Barni, amigo do pai de Suzane e que se transformou numa espécie de tutor da jovem, afirmou que ela quer morar na casa onde morava a avó paterna, que faleceu, e que o irmão, Andreas Richthofen, vem negando.

Os irmãos Cravinhos também voltaram à cadeia depois de conceder entrevista a uma rádio de São Paulo. Durante a entrevista, eles revelaram novos detalhes do crime e o Ministério Público entendeu que eles faziam apologia ao modo como executaram o casal. Tanto eles como Suzane gozavam de um hábeas-corpus que permitia aguardar o julgamento em liberdade.

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