A agente penitenciária Marisol Ortega revelou que durante a rebelião no presídio feminino do Carandiru, na zona norte de São Paulo, Suzane não foi feita refém e 'amarrada a um botijão de gás', como se chegou a noticiar. Segundo a agente, que conviveu com a jovem entre 2002 e 2004 naquela peinitenciária, as agentes esconderam Suzane.- Ela ficou escondida durante toda a rebelião - afirmou a agente.
As agentes também esconderam outra presa, Norma, mulher do juiz Rocha Mattos, preso acusado de vender sentenças.
- As presas perguntaram muito sobre as duas. Mas a rebelião não começou por causa de privilégios que as duas estavam tendo - disse Marisol.
Segundo ela, o motim era uma briga de facções.
Em seu depoimento, Marisol afirmou que Suzane não mente e por conta disso ela aceitou depor a favor da jovem.
- No tempo em que convivi com Suzane ela não mente, mesmo que isso a prejudique. O fato dela não chorar compulsivamente não quer dizer que não tem sentimento. Ela é contida, tímida, defendeu a agente.
Segundo Marisol, Suzane a ajudava no pavilhão de saúde da penitenciária e durante o trabalho ela teve oportunidade de ensinar a Suzane sobre religião.
- Creio que hoje ela seja católica. Espero que ela esteja com o terço até hoje.
A agente contou que depois do primeiro depoimento dos irmãos Cravinhos e de Suzane à Justiça em 2003, foi a própria Marisol quem contou o conteúdo do depoimento dos irmãos Cravinhos à jovem, depois de ler no jornal.
- Ela chorou porque eu contei o que vi no jornal e ela se decepcionou. Suzane soube que Daniel disse que ela planejou o crime e que Cristian afirmou que Manfred estuprava a filha, disse a agente.
Segundo ela, Suzane teria ficado horrorizada com as declarações. Ela afirmou ainda que confia na sinceridade de Suzane porque a acusada deu uma única versão do crime durante todo o tempo em que esteve presa.
A promotoria, no entanto, afirmou que trata-se de uma mera impressão da testemunha, que não tem provas do que afirma.
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