Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen, será ouvida pelo Ministério Público na investigação sobre enriquecimento ilícito e impropridade administrativa de Manfred. O depoimento dela ainda não foi marcado. De acordo com o promotor Eduardo Rheingantz, ela será a última a depor.

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- Suzane não pode ser ouvida como testemunha porque uma das contas estaria no nome dela. Por lei, ela não precisa se incriminar. Temos de reunir provas primeiro antes de ouvi-la - diz o promotor.

O advogado Denivaldo Barni, ex-tutor de Suzane, vai depor no próximo dia 27 de outubro. Os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos também devem ser ouvidos. Barni é procurador jurídico da Dersa - Empresa Desenvolvimento Rodoviário, empresa do governo do estado onde Manfred trabalhava e era amigo da família. Ele será ouvido como testemunha do caso.

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- Esse é um caso muito complexo, porque começou com uma denúncia anônima. Primeiro teremos que descobrir se houve o desvio para depois pedir informações aos bancos. Sem as provas, não há como pedir a quebra do sigilo - diz Rheingantz.Foto de Daniel Pera, Diário de S.PauloO jornal 'Diário de S.Paulo', em reportagem publicada nesta quarta-feira e assinada por Fábio Mazzitelli, informa que o Ministério Público Estadual suspeita que duas contas bancárias no Discount Bank and Trust Company, da Suíça, tenham servido para guardar dinheiro desviado de obras públicas, mais especificamente do Rodoanel Mário Covas, cuja construção foi iniciada em 1998, mesmo ano em que Manfred foi contratado pelo Dersa, empresa responsável pela construção do Rodoanel. Uma das contas estava em nome de Manfred. Outra, no nome de Suzane von Richthofen.

Depois do assassinato dos Richthofen, Barni se tornou o principal protetor da filha do casal, Suzane von Richthofen, condenada pelo crime ao lado dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos.

Num workshop realizado nesta terça na sede do Ministério Público, o promotor Nadir de Campos Júnior — um dos responsáveis pela acusação de Suzane e dos irmãos Cravinhos — citou a investigação e afirmou que o dinheiro no exterior 'teria relação com o desvio de verba do Rodoanel' e levantou suspeita sobre Denivaldo Barni.

O advogado era amigo próximo de Manfred e, depois do assassinato, acompanhou Suzane nos depoimentos, abrigou-a em casa durante o período de liberdade provisória dela, e ainda a visita na prisão, levando presentes e comida e reivindicando a parte dela na herança da família — da qual Suzane insinuou abrir mão no julgamento, voltando atrás em seguida.

- Se houver realmente um dinheiro guardado no exterior, esse pode ser o interesse dele - disse Campos Junior.

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Procurado por telefone no escritório da Dersa, Barni afirmou que a investigação do Ministério Público corre sob segredo de Justiça e, bastante irritado, afirmou que não concederia entrevista. Segundo o promotor Rheingantz, o procedimento não está sob segredo de Justiça, ao contrário do que diz Barni.

A investigação foi reaberta em julho e avançou pouco. O procedimento foi reaberto depois que o Ministério Público recebeu documentações que listavam as duas contas na Suíça que pertenceriam à família Richthofen.

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