Opinião do leitor
Um dia depois de a Gol ter pedido para que os passageiros evitassem voar por alguns dias, até a semana que vem, e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ter proibido a venda de passagens de vôos partindo de Congonhas, foi a vez de a TAM suspender a venda de tíquetes com saída ou chegada nos Aeroportos de Congonhas e Guarulhos, em São Paulo.
Segundo a companhia, a medida foi tomada para que os passageiros que tiveram seus vôos cancelados segunda e terça sejam reacomodados. Em nota, a empresa informa que as vendas serão retomadas na quinta-feira, dia 26.
A TAM pede aos passageiros que entrem em contato com a Central de Atendimento (4002.5700, nas capitais e principais cidades brasileiras, ou 0800.5705700 nas demais cidades) para remarcar a passagem.
A situação nos aeroportos brasileiros continua caótica nesta quarta-feira. Especialistas lembram que passageiros com atrasos superiores a quatro horas devem pedir a devolução do preço pago pelo bilhete e de ter todas as despesas decorrentes do atraso, inclusive alimentação, transporte e hospedagem, pagos pela empresa.
Segundo o boletim mais recente divulgado pela Infraero, dos 630 vôos previstos para sair entre meia-noite e 10h30m desta quarta-feira, 168 apresentavam atrasos (26,67%) e 121 haviam sido cancelados (19,21%). Durante a manhã, 41 continuavam fora de seu horário. Em São Paulo, o aeroporto de Guarulhos sentiu os efeitos do desvio dos vôos programados para sair de Congonhas. O movimento era intenso e 17 dos 100 vôos programados estavam fora de seu horário. Três haviam sido cancelados.
Com a proibição da venda de vôos partindo de Congonhas, 41 dos 59 vôos previstos para decolar do aeroporto foram cancelados. O aeroporto mais movimentado do país estava vazio nesta quarta-feira , quando apenas aviões pequenos pousaram ou decolaram.
O pior cenário era mostrado no aeroporto de Brasília, onde 43,33% dos vôos previstos para decolar estavam atrasados e quatro tinham sido cancelados. No Rio, no aeroporto Internacional Galeão Tom Jobim, dos 60 vôos com decolagem prevista, 19 estavam atrasados e sete tinham sido cancelados.
Mais cedo, um avião da British Airways foi desviado de Congonhas para o Galeão e os passageiros ficaram retidos, sem poder desembarcar, por mais de duas horas. A empresa não se pronunciou sobre o assunto.
A jornalista Paula Batista esperava para embarcar para Curitiba desde a manhã de terça-feira no aeroporto. Seu vôo estava previsto para as 8h de terça, mas somente às 11h desta quarta-feira ela conseguiu embarcar em um avião da Gol.
A empresa informou que não havia tripulação. Com o atraso, Paula perdeu uma reunião de trabalho marcada para as 9h desta quarta.
- Marquei o vôo para um dia antes para não ter problema, mas não adiantou. Perdi minha reunião de trabalho - disse.
Segundo Paula, o vôo já estava atrasado desde segunda-feira, quando deveria sair às 17h. Foi remarcado para às 22h, em seguida para as 8h de terça. A jornalista informou ainda que passageiros de outro vôo do Gol, para Porto Alegre, também aguardam a chegada da tripulação desde a madrugada.Anac culpa empresas e destaca direitos de passageiros
Em meio ao quadro de desolação e desespero dos passageiros, o presidente da Infraero, José Carlos Pereira, voltou a pedir paciência. E acrescentou:
- Se Deus quiser, o problema será resolvido - afirmou.
O brigadeiro disse que, em caso de problemas, os passageiros devem lutar por seus direitos.
- Quem comprou passagem aérea fez um contrato com as empresas. Em caso de problemas, deve recorrer ao Procon e à Anac, que estarão prontos para atender.
A Anac, por sua vez, determinou que a Infraero ofereça espaços extras nos aeroportos. A agência também enfatizou que "o passageiro tem o direito ao reembolso do valor já pago pelo bilhete se o transportador cancelar a viagem".
Uma das portarias da Anac frisa que, em caso de atraso superior a quatro horas, a companhia deve embarcar o passageiro em outro vôo com serviço semelhante ou restituir o dinheiro da passagem imediatamente.
O último parágrafo dessa portaria diz que o descumprimento da determinação pode levar a multa, suspensão de concessões, detenção dos responsáveis ou apreeensão de aeronaves.
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