Mauá

Comissão vai investigar hidrelétrica

A Assembleia instalou ontem uma Comissão Especial de Investigação (CEI) para apurar a construção da usina hidrelétrica de Mauá, que fica entre as cidades de Telêmaco Borba e Ortigueira, na região central do estado, e deve entrar em operação ainda este ano. De acordo com o presidente da CEI, deputado Rasca Rodrigues (PV), um relatório do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) aponta uma série de irregularidades na obra, desde desrespeito a questões ambientais até violações de direitos humanos às famílias atingidas pela usina. Como uma CEI tem poderes bastante limitados, Rasca disse que, diante das irregularidades já levantadas pelo IAP, são grandes as chances de o caso ser estendido para uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), cujos poderes incluem convocação de pessoas e acesso a documentos judiciais sigilosos. (ELG)

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O secretário de Estado do Planejamento, Cassio Ta­­niguchi (DEM), negou ontem que o projeto que prevê a criação da Agência Reguladora de Serviços Pú­­blicos Delegados do Paraná (Agepar) abra espaço para a privatização de empresas públicas no estado. Em discurso na tribuna da As­­sembleia Legislativa, ele garantiu que a função da Agepar será apenas fiscalizar os serviços públicos sob concessão como forma de defender os interesses dos usuários. Em consenso com o PT e o PMDB, os governistas aceitaram retirar a proposta por cinco sessões e excluir a Copel da área de atuação da agência. No entanto, a manutenção da Sanepar no projeto deve levar a oposição a apresentar emendas ao texto.

Pela proposta do governo, a Agepar, além de fiscalizar todas as concessionárias no estado, receberá como Taxa de Regulação 0,5% da receita operacional bruta de cada empresa – nos primeiros 12 meses, a cobrança será de 0,25%. A proposta, porém, encontra forte resistência de petistas e peemedebistas, que acusam o governo de, com a medida, tentar privatizar a Copel e a Sanepar.

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"A agência irá regular e fiscalizar as empresas para que a população não seja penalizada com maus serviços e altas tarifas. A falta de uma agência permitiu, por exemplo, o desequilíbrio financeiro nas tarifas do pedágio", justificou Taniguchi. "Não tem nada a ver com privatização ou interferência sobre a administração das empresas, sobre questões societárias."

Os argumentos, porém, não convenceram o líder da oposição, Ênio Verri (PT). Para ele, ao criar a Agepar, o governo estará terceirizando responsabilidades com as quais ele próprio deve se preocupar, como a qualidade dos serviços prestados por empresas públicas e o valor das tarifas. "Não faz sentido o governo regular o governo. Esse é um primeiro passo para criar condições para a privatização", afirmou.

Já o líder do PMDB, Caíto Quintana, defendeu que a Copel seja excluída do texto, uma vez que ela já é fiscalizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O parlamentar também solicitou que o projeto deixe claro que a Agepar não tenha interferência administrativa sobre a Sanepar.

Diante das críticas, o líder do governo, Ademar Traiano (PSDB), se comprometeu a retirar a Copel do projeto, mas descartou qualquer outra mudança que altere a essência da matéria, o que inclui a manutenção da Sanepar no texto. "É necessário, sim, regular o saneamento, porque há questões novas surgindo, como os resíduos sólidos, a drenagem urbana", reforçou Taniguchi.

Diante da postura do governo, tanto o PT quanto o PMDB devem apresentar emendas ao texto. Traiano, porém, já adiantou que não irá acatá-las.

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