O deputado federal Cassio Taniguchi (DEM-PR) ganhou R$ 16,5 mil por um único dia de trabalho no Congresso Nacional. Secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal, Taniguchi reassumiu a cadeira na Câmara apenas para participar das eleições para a presidência da Casa e, logo depois, voltou à secretaria de Brasília. Apesar da passagem relâmpago na votação da segunda-feira, ele recebeu a ajuda de custo no valor do salário mensal.
A verba é repassada a todos os deputados no início de cada ano legislativo, desde 2003. O extra é um reforço financeiro para compensar possíveis despesas com transporte e gastos considerados "imprescindíveis" para que o parlamentar compareça às sessões.
O ex-prefeito de Curitiba disse desconhecer que tinha direito a receber o salário extra, mas afirmou estar tranquilo porque não cometeu um ato ilegal. Em nota, Taniguchi informou que o retorno à Câmara não foi motivado pelo pagamento, mas pelo interesse em ajudar a eleger o deputado Michel Temer (PMDB-SP), do qual é amigo. Outra justificativa seria acompanhar a votação do projeto de lei de sua autoria que concede incentivos às construções sustentáveis no país.
Taniguchi diz que ainda não sabe o que fazer com o benefício. Segundo sua assessoria, foi cogitada a hipótese de devolução do dinheiro, se possível, ou de ser feita uma doação dos R$ 16,5 mil a uma instituição de caridade. Mas não está descartada a possibilidade do deputado aceitar a "indenização".
O paranaense não é o único que está fora da Câmara e teve direito à gratificação. Rodovalho (DEM-DF), Alberto Fraga (DEM-DF), Jorge Bittar (PT-RJ), Walter Feldman (PSDB-SP) e Osmar Terra (PMDB-RS) também estavam afastados do exercício parlamentar, voltaram na eleição e receberam o mesmo valor. Todos já retornaram aos seus cargos fora da Câmara e os suplentes também ganharão a ajuda de custo. Quem ocupa a cadeira de Cassio Taniguchi atualmente é Luciano Pizzatto, suplente do DEM.
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