A crise financeira do estado e os recentes “pacotes de maldades” enviados à Assembleia Legislativa pelo Executivo na tentativa de reequilibrar o caixa financeiro do governo podem explicar a queda livre nos índices de aprovação do governador Beto Richa (PSDB) nos últimos três meses.
O Instituto Paraná Pesquisas mediu o grau de conhecimento e a avaliação dos eleitores paranaenses sobre as últimas medidas do governo do estado. Quase 75% dos pesquisados afirmaram conhecer o pacote de aumento de impostos do governo, aprovado em dezembro pelos deputados. Entre os que tomaram conhecimento do aumento de tributos, 96% desaprovaram as medidas, que incluem o aumento do IPVA e do ICMS.
A maioria dos entrevistados (76%) também rejeita o pacote de austeridade que o governo tentou aprovar no início do mês passado. Entre as medidas, estavam o corte de gastos, benefícios para servidores e mudanças na Paranaprevidência. A tentativa do governo acabou na ocupação da Assembleia pelos professores, que seriam os maiores atingidos com os cortes. A categoria se mantêm em greve desde então.
Diante do desgaste político, Richa voltou atrás e decidiu dividir o pacotaço para enviar partes do projeto para apreciação na Casa e sem utilizar o recurso da comissão geral – o poular “tratoraço”, em que as matéria são votadas num único dia. Assim, as propostas devem tramitar normalmente entre as comissões temáticas da Assembleia.
Mudança de foco
A percepção dos eleitores paranaenses sobre as áreas de “gargalo” do governo do estado também mudou. Historicamente, os setores mais mal avaliados nos levantamentos do Instituto Paraná Pesquisas eram saúde e segurança. Agora, segundo a nova avaliação, a área que mais necessita de atenção é a educação.
Cerca de 72% dos entrevistados apontaram como ruim ou péssimo o desempenho do governo do estado nessa área. Quase 17% consideram que a gestão da educação no Paraná é regular, enquanto que cerca de 10% avaliam positivamente o setor.
A gestão da saúde aparece agora em segundo lugar como pior área do governo paranaense – cerca de 59% dos eleitores consideram que a administração da área é ruim ou péssima. Quase 54% dos entrevistados avaliam negativamente a segurança pública do estado e 46% consideram ruim a condução do governo na área social. (KB)
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