Apesar da divisão na base aliada, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse nessa terça-feira que o Planalto não vai indicar sua preferência entre os candidatos à presidência da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP).
``O governo não pode, não deve e não escolherá um dos candidatos, pois, além de ser uma questão interna do Legislativo, ambos os quadros políticos merecem a confiança do governo'', disse o ministro em nota.
Tarso comandou na noite de segunda-feira uma reunião secreta com presidentes e líderes de 11 partidos da base, na qual ficou caracterizado um impasse. Os líderes pediram mas não receberam uma orientação do Planalto.
``Os partidos demonstram preferências, mas informaram que as bases estão divididas'', acrescentou o ministro em entrevista depois de divulgar a nota sobre o encontro. Ainda na entrevista, Tarso disse que a reunião confirmou que ''ainda é cedo'' para uma definição entre os dois candidatos, embora faltem apenas três semanas para as eleições na Câmara, marcadas para 1o de fevereiro.
Ele insistiu na avaliação de que a existência de duas candidaturas da base aliada não constitui um problema para o governo.
``O problema poderá ocorrer se surgir uma terceira candidatura com capacidade de polarizar, que possa dividir os votos da base aliada em um eventual segundo turno na eleição da Câmara'', avalia o ministro. O pequeno PSC participou pela primeira vez de um encontro da coalizão, que já contava com dez partidos: PSB, PCdoB, PMDB, PP, PR, PV, PT, PDT, PTB e PRB.
Embora tenha negado que fosse fazer uma reunião com os dirigentes aliados, mas apenas ``consultas individuais'', Tarso Genro acabou reunindo presidentes e líderes à noite, num apartamento da Asa Sul de Brasília.
O ministro disse nesta terça-feira que não promoveu o encontro no Palácio do Planalto porque não se tratava de uma ''reunião formal'' da coalizão.
Tarso Genro disse que ficará atento à reunião da bancada do PMDB, que deve contar com 84 dos 90 deputados que farão parte da nova legislatura, e também aos presidentes do PT e do PCdoB, aos quais pediu que discutissem a possibilidade de um acordo entre os candidatos.
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