O ministro da Justiça, Tarso Genro, criticou nesta sexta-feira (30) a "tentativa de demonização" do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em investigações. Ele revelou preocupação com os rumos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada no Congresso para investigar a entidade.

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"Pode haver uma tentativa de demonização da investigação sobre o MST, principalmente pelos setores que não apostam no diálogo social e entende que os movimentos sociais são caso de polícia. Eu espero que a CPI coloque no mesmo nível as questões do MST e as questões do agronegócio", afirmou.

O ministro reclamou da credibilidade maior dada tradicionalmente ao agronegócio, em comparação com o tratamento dado aos movimentos sociais. "Nunca se viu no Brasil, por parte do estado, dos parlamentares e dos governos, a demonização do agronegócio e nem dos grandes proprietários e produtores. Eles já fizeram ações diretas e pesadas, como interromper estradas e ferrovias e ocupar uma agência do Banco do Brasil e sempre foram tratados dentro da lei e da ordem. É assim que deve ser processado com os movimentos sociais", disse.

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Tarso aproveitou para elogiar o papel do MST como meio de comunicação de camadas populares com o poder público. E ressaltou que eventuais excessos devem ser coibidos dentro da lei.

"Existem movimentos sociais, como o MST, que ajudam a solucionar grandes questões políticas e políticas públicas. É nesse cenário que as camadas sociais mais baixas formam políticas de interlocução com o estado, para que suas demandas sejam processadas. O que sair fora da Constituição e da lei, e o que constituir violência deve ser reprimido com lei. E o que for excesso das autoridades também deve ser reprimido", disse o ministro.

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