Dois dos nove candidatos ao governo do Rio Grande do Sul disputaram a preferência dos prefeitos gaúchos fazendo promessas para 2011 em sabatina organizada pela Federação das Associações de Municípios (Famurs) nesta terça-feira, em Porto Alegre. Tarso Genro (PT) acenou com a criação de uma estrutura de apoio aos administradores municipais, vinculada diretamente ao gabinete de governo, para facilitar o acesso aos canais de financiamento de órgãos financeiros, União e Estado. José Fogaça (PMDB) afirmou que vai transformar a Secretaria de Assuntos Institucionais em Secretaria das Cidades, com o compromisso de elaborar planos regionais de desenvolvimento com duração de pelo menos quatro anos.

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A Famurs convidou candidatos de partidos que têm pelo menos uma prefeitura no Rio Grande do Sul e que vão disputar o Palácio Piratini neste ano. A governadora Yeda Crusius (PSDB) havia confirmado presença, mas desistiu alegando que o horário da sabatina (14h30) coincidia com o de seu expediente. Cerca de 400 representantes das prefeituras ouviram, durante duas horas, os candidatos responderem a perguntas formuladas pela entidade. Ao final, aplaudiram Fogaça e Tarso ao mesmo tempo, de modo protocolar.

Propostas

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Em suas respostas para questões que preocupam os prefeitos, como pavimentação de estradas, agricultura e saúde, Tarso tratou de vincular sua candidatura à de Dilma Rousseff, que concorre à presidência, e ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. E prometeu atender as reivindicações com acesso a financiamentos e apresentação de projetos para captação de recursos do orçamento federal. Fogaça, que vai para a campanha sem declarar apoio a nenhum dos candidatos à presidência, alternou alguns elogios a diferentes governos, sem citá-los, pela estabilização da moeda e pelo equilíbrio entre política monetária e investimentos. Também prometeu atender as reivindicações dos prefeitos promovendo o desenvolvimento regional. Admitiu, no entanto, que há necessidade de superávit permanente nas contas como premissa para garantir os investimentos necessários.

Ao final, Tarso justificou a proximidade que tenta estabelecer com o atual governo federal em seu discurso. "Eu acho que um candidato tem que estabelecer uma identidade; eu sou identificado com o governo do presidente Lula, com a candidatura da Dilma, e é muito importante a população saber disso, porque ela vai fazer uma avaliação a partir daquilo que o candidato estabelece como identidade", afirmou.

Fogaça explicou que não baseou suas declarações em critérios partidários. "Eu faço referências elogiosas ou não a quem eu entendo que deva fazer e sem preconceito, como reconhecimento de políticas corretas", ressaltou. "Há todo um patrimônio de esforços já feitos (por diferentes administradores) e cabe a quem governa aglutinar isso, tirar o melhor proveito disso em favor da população".

O ex-prefeito de Porto Alegre voltou a justificar a neutralidade do PMDB gaúcho em relação è eleição nacional como resultado de divergências internas. Fogaça não citou, mas sua candidatura se viu entre as posições das bases, que preferem apoiar José Serra (PSDB), da cúpula nacional, que fechou acordo com Dilma Rousseff (PT), e dos aliados do PDT, que também estão com a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Como não conseguiu tomar uma posição, o partido preferiu se manter numa situação de imparcialidade", explicou Fogaça.

O mesmo congresso de prefeitos organizado pela Famurs espera ouvir os candidatos à Presidência da República nesta quarta-feira. Marina Silva (PV) prometeu participar às 14 horas. José Serra agendou sua palestra para às 16 horas. Dilma Rousseff não confirmou presença.

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