A Secretaria de Relações Institucionais divulgou nota nesta terça-feira na qual admite que o ministro Tarso Genro se reuniu nesta segunda-feira à noite com presidentes de PSC, PSB, PCdoB, PMDB, PP, PR, PV, PT, PDT, PTB e PRB para tratar da candidatura à presidência da Câmara. A reunião ocorreu fora do Palácio do Planalto, em local não divulgado e se estendeu até as 21h. Tarso reitera na nota que o governo "não pode, não deve e não escolherá um dos candidatos".
De acordo com a nota, os dirigentes concluíram que tanto Aldo Rebelo (PCdoB-SP) quanto Arlindo Chinaglia (PT-SP) merecem a confiança dos partidos e do governo. Os presidentes e líderes dos partidos da base vão continuar negociando a unificação da candidatura. PT e PCdoB farão reunião separada hoje para discutir as respectivas posições a respeito da sucessão na Câmara.
Preocupação
Na reunião realizada à noite com o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, a maioria dos líderes da base aliada demonstrou preocupação com a possibilidade de surgimento de uma terceira candidatura capaz de polarizar e dividir os votos da base num eventual segundo turno da eleição para a presidência da Câmara. Eles avaliam que o problema real no momento não é a base aliada ter dois candidatos, já que ambos são da coalizão de governo, e sim, a possibilidade de surgir um terceiro candidato competitivo que atraia votos da base.
O ministro Tarso Genro acredita que a possibilidade de uma terceira candidatura pode acabar servindo para apressar a unidade de uma única candidatura da base. Segundo Tarso, é preciso costurar desde logo a unidade porque a dupla candidatura da base do governo "pode levar a um desequilíbrio institucional na Câmara, e emergir em uma candidatura que não tenha o mesmo potencial de representatividade que tem as duas candidaturas já colocadas".