Brasília (AE/Folhapress) O presidente do Partido dos Trabalhadores e ministro da Educação, Tarso Genro, disse ontem que a declaração de Renilda Fernandes de Souza de que o ex-ministro e deputado federal José Dirceu tinha conhecimento dos empréstimos feitos para o PT não tem compromisso com a verdade. "A insinuação que ela fez a respeito do ministro José Dirceu por enquanto é o depoimento de uma pessoa que não está comprometida em dizer a verdade", ressaltou. O comentário foi feito a propósito do depoimento, na terça-feira, da mulher do empresário Marcos Valério à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios. Tarso considerou o depoimento uma "peça de defesa". Os empréstimos a que Renilda se referiu foram feitos ao partido pelas empresas de Marcos Valério.
"Numa peça de defesa, na democracia, não é exigido que as pessoas digam a verdade. Portanto, eu interpreto o depoimento dela desta forma. Uma pessoa se defendendo. Não sei apurar o grau de sinceridade da sua peça de defesa. Isso vai ter que ser contrastado com outro documento. É um depoimento que não pode ser, na minha opinião, muito valorizado como prova", disse.
Tarso criticou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e defendeu a apuração da corrupção sistêmica no país. "Se é verdade que o PT não tem o monopólio da virtude, também é verdade que a conduta de alguns militantes não foi o que inaugurou as irregularidades e ilegalidades no país", afirmou, numa referência à posição de Fernando Henrique em defesa das investigações sobre corrupção "focadas" no atual governo. Para o ministro da Educação, é equivocada a visão dele de que fazem parte da história os atos praticados no passado, entre eles, os que dizem respeito às denúncias de que as empresas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza ajudaram, supostamente, de forma irregular, a campanha à reeleição do presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), a governador, em 1998.
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