O que o senhor acha da idéia de a Assembléia intermediar a discussão entre governo e concessionárias para baixar o pedágio?
Acho interessante porque a Assembléia está demonstrando grande interesse em resolver o problema. A Comissão Especial de Investigação está se dedicando e aprofundando os estudos, o que vem ao encontro do que estamos fazendo desde 2003, tentando uma solução para o problema.
Até então o caminho escolhido pelo o governo era a Justiça. Agora, começou-se a delinear um caminho pelo diálogo?Como você disse, começou-se a delinear (um diálogo)... porque os questionamentos continuam sendo pela Justiça. As questões que apresentamos para a comissão estão todas sendo postas na Justiça.
Se houver sinalização por parte das concessionárias em negociar, o governo pode ceder em alguma parte?O que nós entendemos é que qualquer conversa começa pela redução da taxa interna de retorno (do investimento). Na seqüência, podem ser revistos os preços das obras, os preços da conservação das estradas, da administração e da operação do sistema.
O leilão das rodovias federais deixou todos surpresos em função da diferença de valores das tarifas praticados no Paraná, já que as rodovias federais serão pedagiadas a um preço muito mais baixo. Por que os valores são tão diferentes?As condições do edital (de licitação) são outras. A taxa interna de retorno das rodovias federais é de 8,95%, em função de um estudo que o Tribunal de Contas da União fez. A taxa interna de retorno do projeto original do governo federal, se não me engano, era em torno de 16%. Aqui no Paraná, a taxa interna de retorno é perto de 20%.
Os custos das estradas estaduais, na opinião do governo, são exagerados? Ou na época da licitação eles eram aceitáveis?Havia, nas propostas das concessionárias, preços de serviços que eram superiores aos da tabela do DER na época. De certa forma isso contribui para um menor benefício ao usuário. A licitação que foi feita no Paraná foi diferente. A tarifa foi fixada (antes do leilão). Então, as concessionárias não ofereciam redução de tarifa e sim trechos a serem conservados (além daqueles obrigatórios pelo edital). Mas a oferta desses trechos foi pequena. Se eles tivessem oferecido 2 mil quilômetros a serem conservados, a realidade seria outra. Estariam conservando os 2,5 mil quilômetros que é a obrigação direta e mais 2 mil quilômetros de estradas estaduais, o que traria um outro benefício para os usuários.
É possível negociar com as empresas de maneira conjunta, ou é melhor fazer uma negociação com cada empresa?Não há a menor condição de realizar uma negociação conjunta. Essa discussão não passa pela associação (ABCR), que é representativa. Mas os contratos com cada concessionária nós tratamos com cada concessionária, discutindo caso a caso.
Dezembro está chegando e, com isso, chega a data que as empresas reivindicam aumento das tarifas, como está nos contratos. Como o governo vai se posicionar?A posição é a mesma de sempre. Não temos que aumentar o que já está alto.
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