O Tribunal de Contas do Paraná (TC) decidiu na quinta-feira (5) que o conselheiro Durval Amaral continuará sendo o relator das contas do governador Beto Richa (PSDB) relativas a 2014. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas havia pedido que ele fosse declarado suspeito, já que foi chefe da Casa Civil de Richa.
Na sessão da quinta (5), Durval alegou que só poderia ser considerado impedido em duas situações: caso ficasse demonstrada sua amizade íntima com o governador ou caso se demonstrasse que ele tem interesse pessoal na aprovação ou reprovação das contas. Segundo o conselheiro, o MP não conseguiu demonstrar nenhuma das duas situações.
Durval disse que “nunca possuiu e não possui amizade íntima com o governador do estado, posto que afinidade ideológica não equivale a amizade”. E afirmou que não tem interesse direto nas contas porque o resultado do julgamento não o afeta. Além disso, Durval alegou que os procuradores do Ministério Público perderam o prazo para fazer qualquer arguição de suspeição, já que ele foi definido como relator das contas de Richa já em 2014.
Os conselheiros acataram por unanimidade o voto de Durval, que é corregedor do TC. Com isso, ele segue como relator das contas do governo.
O Ministério Público recomenda a desaprovação das contas de Richa em 2014. No entanto, um histórico recente mostra que isso normalmente não se traduz em reprovação: nos últimos dez anos, os procuradores sugeriram o mesmo sete vezes, mas foram sempre ignorados pelos conselheiros, que tomam a decisão final.
Histórico
Durval Amaral e Richa foram colegas de Assembleia Legislativa entre 1995 e 2000. Em 2010, quando Richa foi eleito para o governo do estado pela primeira vez, os dois fizeram campanha juntos. No palanque, Richa disse que pedia voto para Durval porque ele era “um homem de compromisso, um homem que não abre mão de seus companheiros, que só construiu amizades e respeito (...) Eu falo do Durval de peito aberto, porque eu sempre caminhei ao seu lado”.
Um jornal de Cambé registrou ainda que Richa, na cidade, afirmou que Durval “é meu amigo, irmão e companheiro de todas as horas”. Depois de eleito, Richa escolheu Durval para a Casa Civil, principal posto político do governo.
Em 2012, Durval foi eleito pelos deputados para o TC e nomeado por Richa. Em 2014, o filho do conselheiro, Tiago Amaral (PSB), foi eleito deputado estadual e hoje faz parte da bancada de apoio a Richa.
Deixe sua opinião