Técnicos da Urbs e do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) serão ouvidos pela terceira vez na CPI da Urbs na Câmara de Curitiba, na sessão marcada para as 14 horas de hoje.
Na primeira ocasião, a reunião foi interrompida após o servidor da Urbs Luiz Filla ser atingido no rosto por uma torta jogada por uma integrante do Movimento Passe Livre de Curitiba (MPL). Já a segunda sessão durou mais de sete horas. A reunião foi marcada pela cobrança dos vereadores por respostas de ordem jurídica ou administrativa dos engenheiros e poucas respostas concretas.
Pedidos
Os vereadores também vêm se repetindo nos pedidos de informações. Foram nove desde a última sessão da CPI, no dia 18. Três deles com o mesmo conteúdo: pedem cópias de balanços e documentos financeiros das empresas do transporte coletivo de Curitiba. Esses dados, porém, não poderão ser utilizados como um elemento novo na reunião de hoje. Isso porque, segundo o vereador Pastor Valdemir Soares (PRB), vice-relator da CPI, as respostas só chegarão aos vereadores pouco antes do encontro da outra quinta-feira (1.º de agosto).
O foco da reunião de hoje será o esclarecimento de dúvidas sobre a tarifa de ônibus na capital, mas o próprio Valdemir Soares admite que o tema de reuniões anteriores não foi esclarecido o suficiente. "Até agora falamos só sobre licitação. E nem isso ficou muito claro ainda. Agora vamos falar sobre a tarifa e, depois, esmiuçar os relatórios", disse.
"Às vezes não sai tudo no primeiro interrogatório. Tem que ver se eles vão entrar em contradição. Fazemos um trabalho sério e há uma série de pontos que têm de ser analisados. Temos tempo, o importante é descobrir tudo", afirma o presidente da CPI, vereador Jorge Bernardi (PDT).
Insatisfação
A condução dos trabalhos da comissão tem desagradado aos técnicos até agora convidados para prestar esclarecimentos. Eles dizem que se sentem encurralados e afirmam que estariam sendo interrogados como "réus" acusados de um crime.
"Fui fazer apresentação a pedido do presidente do CPI e fui tratado como réu. A Urbs não é depoente, é convidada. Eu fui porque conheço o processo na parte técnica, mas não tomo decisões", comenta Luiz Filla, gestor de transporte coletivo da Urbs que levou a tortada.
Na avaliação dele, os vereadores estão atropelando o processo de investigação. "A pressão sobre eles está tão grande que estão queimando etapas. Eles deveriam ver as apresentações, ver os relatórios e depois começar os questionamentos", argumenta.
O descompasso entre expectativas de interrogados e interrogadores não pode comprometer o trabalho final da comissão, afirma Carlos Hardt, coordenador do mestrado e doutorado de gestão urbana da PUCPR. "A falta de planejamento pode levar à perda de tempo e à famosa pizza. E não é isso que queremos."
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