O vice-presidente da República, Michel Temer, cancelou a viagem que faria a Portugal no início da próxima semana para participar de um evento que reuniria líderes da oposição – como os tucanos Aécio Neves e José Serra – e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que vem proferindo decisões contra o Planalto. Temer atendeu a um apelo de correligionários do PMDB para ficar no país porque o partido discutirá na próxima terça-feira (29) se desembarca do governo Dilma Rousseff.
A viagem vinha sendo criticada porque o evento passou a ser visto como uma reunião para tratar do Brasil “pós-Dilma”. O seminário é organizado pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), de propriedade de Gilmar Mendes. O tema é “Constituição e Crise – A Constituição no contexto das crises política e econômica”.
As críticas vinham também de dento do PMDB. Uma ala do partido que resiste ao rompimento, liderada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tenta adiar a data da reunião do diretório da legenda para discutir o desembarque. Um dos argumentos era justamente a ausência de Temer.
Os peemedebistas favoráveis ao impeachment não concordaram com o adiamento. Temer, então, decidiu permanecer para manter o contato com os dois grupos e buscar uma solução para evitar uma divisão do partido após um eventual desembarque.