O presidente nacional do PMDB, Michel Temer, disse nesta sexta-feira que se a verticalização levar o partido a não ter candidato próprio para a presidência, tampouco o partido apoiará os nomes do PT e PSDB.

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- A tese é: ou temos candidato próprio ou não tem acordo com ninguém. Senão, surge o mesmo problema - disse Temer.

O problema ao qual se referiu é a impossibilidade de candidatos a governador fazerem alianças caso a verticalização seja mantida. Se tiver candidato próprio, o PMDB não poderá se aliar ao PT e PSDB nos estados. A limitação se repetiria caso o PMDB apóie formalmente outro candidato.

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Em entrevista coletiva ao lado dos dois pré-candidatos do partido, Anthony Garotinho e Germano Rigotto, Temer voltou a defender a candidatura própria e a manutenção das prévias para o dia 19. Temer, no entanto, admitiu que a executiva nacional do PMDB tem poderes para adiar as prévias e que o movimento neste sentido é forte.

- Adiar as prévias seria desastroso para o PMDB. Há um movimento concreto para adiar. Estão passando uma lista. Se chegar até nós, vamos marcar uma reunião da executiva nacional. Este é um movimento contra as bases do partido, que certamente querem as prévias. Não vejo como um movimento majoritário, mas é um movimento significativo - admitiu.

A tentativa de adiar as prévias também foi criticada por outros caciques peemedebistas. Durante discurso no Senado, nesta sexta, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) defendeu a tese da candidatura própria de seu partido na próxima disputa presidencial. De acordo com Simon, a cúpula partidária está manobrando para que a legenda acompanhe a candidatura petista, objetivando interesses pessoais em relação a cargos num novo mandato do presidente Lula.

Já o senador Mão Santa (PMDB-PI) qualificou de "vendilhões, canalhas e safados" e de "abutres aproveitadores" os peemedebistas que estariam tentando impedir a prévia nacional marcada para o dia 19 destinada a escolher o candidato do partido à Presidência da República nas eleições de outubro.

Garotinho declarou que a tentativa de adiamento das prévias do partido é uma manobra do governo, que teme a candidatura própria do PMDB.

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- É uma tentativa de golpe contra as bases do PMDB. Vejo a mão oculta do PT e do governo patrocinando este movimento dentro do PMDB, porque o PT sabe que está desgastado e teme um candidato que represente uma nova opção para o país - disse Garotinho.