Apesar do posicionamento de Temer pela unidade partidária, a briga pelo comando da legenda na Câmara deve se manter acirrada mesmo durante o recesso parlamentar.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Fotos Públicas

O vice-presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira, 6, que não vai interferir na escolha do novo líder do PMDB na Câmara, mas defendeu que a bancada permaneça unida mesmo diante das divergências em torno do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

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“Não se pode dividir a bancada entre governistas e não governistas. O que deve haver é uma conjugação da própria bancada para que haja a unidade dela e essas questões de quem é a favor disso ou a favor daquilo ficar fora dessa discussão”, afirmou.

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Temer, que também é presidente do PMDB, tem dito a deputados que o procuram que não vai atuar nem contra nem a favor de nenhum candidato à liderança. “O partido evidentemente não vai interferir nessa matéria que é uma matéria da bancada da Câmara”, afirmou.

A posição do vice neste início de ano sobre a disputa na bancada difere da que ele teve no final do ano passado, quando se movimentou nos bastidores para substituir o então líder Leonardo Picciani (RJ) - próximo ao Palácio do Planalto e contra o impeachment - pelo deputado Leonardo Quintão (MG), ligado ao grupo favorável ao processo de impeachment. O deputado mineiro chegou a ocupar o posto por uma semana, mas foi destituído após Picciani conseguir, com ajuda do governo, maioria de assinaturas na bancada.

Apesar do posicionamento de Temer pela unidade partidária, a briga pelo comando da legenda na Câmara deve se manter acirrada mesmo durante o recesso parlamentar. Até o momento, a bancada de Minas não consegue chegar a um consenso sobre quem disputará com Picciani. Além de Quintão, o deputado Newton Cardoso Júnior também quer ocupar o posto.

Reunião

Temer recebeu, nesta quarta-feira, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner e, após o encontro, repetiu que pretende estabelecer com o governo uma relação “harmoniosa”. Segundo ele, a reunião foi positiva. “A conversa foi muito útil, foi uma conversa muito adequada”, disse.

De acordo com o vice, na conversa que durou quase duas horas, ele e o ministro examinaram a conjuntura política do País para esse ano. “Reitero que estabelecemos novamente a ideia de harmonia absoluta”, afirmou.

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Ontem, em seu primeiro dia de trabalho em Brasília, Temer já havia dito que pretende manter uma relação harmoniosa com a presidente Dilma Rousseff e que “pelo menos no começo” do ano é preciso insistir nessa direção.

No ano passado, o vice-presidente enviou uma carta para Dilma com uma série de reclamações sobre a aliança com o PT, se aproximou ainda mais da ala do PMDB pró-impeachment e causou mal-estar no Palácio do Planalto.

Wagner, escalado pelo governo para refazer as pontes com o vice, ao deixar o encontro, disse que fez uma visita de cortesia para desejar feliz ano novo a Temer e que os dois trataram também de coisas pessoais, como o aniversário da sua esposa que se aproxima. O ministro disse ainda que já havia falado com o vice por telefone na segunda-feira.

Cid Gomes

Questionado sobre a razão pela qual decidiu processar o ex-ministro da Educação de Dilma Rousseff e o ex-governador do Ceará Cid Gomes, Temer limitou-se a dizer: “porque ele falou mal de mim”.

Durante convenção do PDT, no dia 17 de outubro, quando se filiou à legenda, Cid acusou Temer de ser “chefe da quadrilha de achacadores que assola o Brasil” e disse que o País não iria avançar com o PMDB no Palácio do Planalto.

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Sem alarde, no dia 5 de novembro, Temer e o PMDB ingressaram com uma representação criminal na Justiça Federal de Brasília contra o ex-governador cearense acusando-o de ter cometido os crimes de calúnia, injúria e difamação.