O vice-presidente Michel Temer disse nesta terça-feira (19) que “muito silenciosa e respeitosamente” vai aguardar a decisão do Senado Federal sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
“Muito silenciosa e respeitosamente eu vou aguardar a decisão do Senado Federal. O Senado é quem dá a última palavra sobre esta matéria. Portanto, seria inadequado que eu dissesse qualquer coisa antes da solução acertada pelo Senado Federal. É isso o que eu vou fazer”, disse Temer, salientando que decidiu fazer uma “brevíssima declaração” dado o assédio da imprensa nos últimos dias.
Temer saiu de sua casa em São Paulo pouco antes das 11h. Ele iniciou, na manhã desta terça-feira em São Paulo, seu segundo dia de articulações políticas depois que o impeachment da presidente Dilma Rousseff foi aprovado pela Câmara. Depois de jantar, na segunda-feira, com lideranças do PMDB, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, Temer recebeu lideranças em sua casa na manhã desta terça-feira. O esquema de segurança foi reforçado no entorno da praça no bairro onde está a casa de Temer, na Zona Oeste de São Paulo. Do outro lado da casa, quatro viaturas e quatro motos da Polícia Militar fizeram patrulha.
Temer desenha governo com ministério enxuto, ‘notáveis’ e base sólida no Congresso
Vice-presidente articula um possível governo no caso de confirmação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado
Leia a matéria completaO secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, foi um dos primeiros a visitar Temer, segundo ele, “para um café”. Moraes ficou cerca de uma hora na casa de Temer e, na saída, disse que apenas veio colocar à disposição os serviços de sua pasta em São Paulo. Ele negou que esteja sendo cogitado para um futuro possível cargo de Ministro da Justiça, num eventual governo do PMDB.
“Estou a serviço do governador Geraldo Alckmin enquanto tiver a confiança dele”, afirmou.
Segundo a colunista Miriam Leitão, não houve – apesar de especulações – um convite formal para que Armínio Fraga integre o Ministério da Fazenda durante um eventual governo Michel Temer. Mas o ex-presidente do BC foi sondado e disse a Temer que não quer ir para a pasta.
Durante o jantar, no entanto, os dois conversaram bastante sobre a economia brasileira, revelou Miriam Leitão.
À medida em que aumenta o número de conversas de Temer em São Paulo, crescem os rumores sobre quem integraria um governo seu. O ex-ministro da Saúde e senador do PSDB por São Paulo José Serra, por exemplo, é ventilado como nome para assumir pastas como Saúde, Itamaraty, Infraestrutura. Nomes alternativos para a Fazenda: Henrique Meirelles e Marcos Lisboa. A articulação política pode ficar com Eliseu Padilha, ex-ministro de Dilma. Além de Moraes, são cotados para a Justiça Nelson Jobim e o ex-ministro do STF Carlos Ayres Brito.
Na segunda-feira, o ex-ministro Moreira Franco, depois de se reunir com Temer em São Paulo, admitiu que o aliado já trabalha na escolha de nomes para um novo governo e deverá decidir, até o próximo mês, a composição de sua eventual equipe.
“É obrigação dele (um novo governo até maio). As regras são essas e assim que tem que ser “,disse Moreira, cotado para assumir a Casa Civil, sem revelar nomes da equipe econômica que comporia um possível novo governo e enfatizando que os três principais problemas do Brasil são “a economia, a economia e a economia”.
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