O presidente do Comitê Organizador da Olimpíada do Rio, Carlos Arthur Nuzman, afirmou que vai discutir com o COI (Comitê Olímpico Internacional) e com o presidente interino, Michel Temer, o convite à presidente afastada Dilma Rousseff para participar da cerimônia de abertura dos Jogos. Nuzman disse que teria “o maior prazer em convidá-la”. Ela já manifestou desejo em participar do evento. Contudo, a abertura oficial deve ser declarada por Temer, que ocupa interinamente o cargo. Nos bastidores da Rio-16 considera-se improvável que a petista participe da cerimônia nessas condições.
Temer afirmou não se opor à presença da presidente afastada no evento de abertura da Olimpíada. “Para mim tanto faz. Não tenho nenhuma objeção”, afirmou Temer durante sua primeira visita ao Parque Olímpico da Barra, na zona oeste do Rio, na terça-feira (14). Lá, ele se reuniu pela primeira vez com o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, juntamente com oito ministros.
União nacional
“Não podemos ter brasileiros brigando com brasileiros. Isso foge à tradição sentimental do nosso povo. Nosso povo sempre teve unidade muito grande. A Olimpíada é a possibilidade de reunificação do pensamento nacional”, disse o presidente interino.
Bach afirmou que o convite à presidente afastada é um tema a ser decidido pelo comitê organizador e que a Olimpíada deve se manter distante da divisão política existente no país. “Os Jogos Olímpicos são um projeto de unificação. Trabalhamos muito bem com o governo Dilma Rousseff e, da mesma forma, fazemos com o governo Temer. A Olimpíada não é sobre política ou sobre dividir as pessoas. É sobre unir as pessoas, os brasileiros”, disse o alemão.
Bach buscou se afastar das polêmicas. Disse não se importar, por exemplo, com a possibilidade de o impeachment ser decidido durante os Jogos. A votação no Senado está prevista para agosto. A Olimpíada ocorre entre os dias 5 e 21 daquele mês. “Isso é um procedimento da democracia do Brasil. O COI não entra em política doméstica. Temos que manter esse caráter de união, e ficar de fora da divisão política aqui no Brasil nesse momento”, afirmou.
Ajuda financeira
Ao lado do governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles (PP), o presidente interino afirmou que a União vai colaborar “não só com palavras, mas em termos financeiros também” com os projetos ligados à Olimpíada.
Temer prometeu “equacionar em definitivo a questão do metrô”. A linha 4 está com as obras atrasadas, e o Estado depende da aprovação por parte do Tesouro Nacional para contrair novo empréstimo com o BNDES para a obra. O governo do estado não pode contrair outro financiamento por não ter pago uma parcela de uma operação de crédito internacional. Durante o encontro, Temer não explicou qual solução seria encontrada.
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