Vandalismo tem marcado protestos contra o impeachment de Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Efetivado no cargo há três dias, o presidente Michel Temer afirmou neste sábado que as recentes manifestações contra seu governo são promovidas por “grupos mínimos” e têm caráter antidemocrático por envolverem depredações. “O tal do ‘Fora Temer’, tudo bem. É um movimento democrático”, declarou em entrevista na China.

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Perguntado se os protestos comprometiam o início de seu governo, Temer insistiu no que considera o caráter inexpressivo das manifestações. “As 40 pessoas que estão quebrando carro? Precisa perguntar para os 204 milhões de brasileiros e para os membros do Congresso Nacional que resolveram decretar o impeachment”, disse em entrevista a jornalistas brasileiros. “O que preocupa, isso sim, é que se confunde o direito à manifestação com o direito à depredação.”

Na sexta-feira, cerca de 400 pessoas participaram em São Paulo do quinto dia de protestos contra o governo Temer. A manifestação terminou com oito prisões depois que um grupo de black blocs depredou pontos de ônibus e quebrou vidros de concessionárias de carros.

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O presidente disse ser “mais do que natural” que seu governo não tenha “apoio” neste momento, mas em seguida atribuiu o fato ao desconhecimento da população em relação aos ocupantes da presidência e da vice-presidência. Temer também considerou previsível a realização de manifestações, considerando o momento “politicamente mais complicado” gerado pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

José Serra

Os protestos também não preocupam o ministro das Relações Exteriores, José Serra, que classifica os movimentos como “mini”. Durante entrevista na China, Serra foi questionado sobre a continuidade das manifestações no Brasil após o impeachment de Dilma Rousseff. “Manifestações onde?”, questionou Serra. “No Brasil”, respondeu a jornalista. “Mini mini mini mini mini mini. Manifestação de verdade é a de Caracas, com 1 milhão de pessoas na rua protestando contra o desabastecimento, contra a falta de remédios e contra prisões políticas que existem naquele país”, disse Serra.

Questionado sobre eventual instabilidade política que poderia ser gerada pelas manifestações contra o governo Temer, Serra negou qualquer problema. “De forma nenhuma. É fruto de pequenos grupos organizados, sem dúvida nenhuma. Não tem nenhum caráter de massa”, comentou o ministro no lobby do hotel onde está hospedado para o G-20.