Com dificuldades para definir um nome para o comando do Ministério da Justiça a pouco mais de uma semana da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário do Senado, o vice-presidente Michel Temer aguarda uma indicação da cúpula nacional do PSDB.
O presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG), ficou de sugerir um nome nesta semana. Na terça (3), o tucano entregará uma lista de condições para que o PSDB integre um eventual governo de Temer.
Uma delas é dar continuidade às investigações da Operação Lava Jato tocadas pela Polícia Federal, vinculada ao Ministério da Justiça.
Em conversas reservadas, Temer avalia que, em troca do apoio integral do partido de oposição, pode nomear até três nomes sugeridos pela sigla para a sua equipe ministerial. Até agora, duas pastas já foram definidas: Relações Exteriores e Direitos Humanos. A primeira deverá ser chefiada por José Serra e a segunda pode ficar com Bruno Araújo, deputado que deu o voto 342 pelo impeachment de Dilma, ou Mara Gabrilli.
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Aécio tem simpatia pelos ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso e Cezar Peluso, já cotados por Temer para o comando da Justiça. Mas o tucano busca um novo nome.
Inicialmente, a intenção de Temer era colocar na pasta o advogado e amigo Antônio Carlos Mariz. Mas, após entrevista à Folha em que criticou a Operação Lava Jato, ele acabou descartado.
Sem cartas na manga, Temer pode deslocar para a Justiça o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, inicialmente convidado para a AGU (Advocacia-Geral da União).
Poucas mulheres
As poucas sugestões de nomes femininos para comporem o futuro ministério é outro assunto que tem incomodado o vice-presidente.
Temer quer colocar mulheres em pastas com visibilidade, mas os partidos aliados não apresentaram opções. O grupo do vice-presidente teme ainda o risco de que rivalidades internas desestabilizem o governo interino e afetar a retomada.
O maior receio é em relação a Henrique Meirelles (Fazenda) e José Serra (Relações Exteriores), que, apesar de garantirem que não têm problemas de relacionamento, já trocaram farpas no passado. Ambos figuram na lista de pré-candidatos para a sucessão presidencial em 2018.
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