O presidente interino da República, Michel Temer (PMDB), deu entrevista à revista Veja afirmando que defende que se privatize “tudo o que for possível” no país e que considera nula a chance de que a Lava Jato comprove alguma acusação contra ele. A entrevista está publicada na edição deste fim de semana da revista.
Temer elogiou os seus primeiros 45 dias no comando do Executivo. “Convenhamos, em 45 dias resolvemos o problema federativo no país com a dívida dos estados, aprovamos a Desvinculação de Receitas da União em duas semanas... No caso das estatais, o projeto estava parado no Senado. Votamos na Câmara. São exemplos de que a Lava Jato não atrapalha em nada”, disse.
Segundo Temer, ele jamais desconfiou que outros líderes do PMDB nacional pudessem receber doações ilegais e propinas, conforme investiga a Lava Jato. “Eu cuidava das doações oficiais. Nunca soube que alguém pudesse dar verbas fora da doação oficial. E são afirmações que merecem comprovação, não são definitivas, têm de ser comprovadas”, disse. José Sarney, Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Romero Jucá estão entre os investigados.
O vice, que assumiu interinamente a Presidência com o afastamento de Dilma Rousseff (PT), diz que o caráter interino de seu governo prejudica o investimento estrangeiro – o que ele espera ver resolvido caso o Senado aprove em agosto o impeachment de Dilma.