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Um acerto que dividiu os sete lugares na Mesa Diretora da Câmara entre seis partidos permitiu ao candidato do PMDB à presidência da Casa, Michel Temer, formar um "blocão" para apoiá-lo. Situação e oposição estão contempladas. O bloco tem, no total, 12 partidos. As legendas menores deverão ser receber suplências na Mesa

O interesse na Mesa Diretora se justifica não apenas por ser o grupo que toma decisões importantes - como a não promulgação da emenda constitucional modificada no Senado, que recria mais de sete mil vagas de vereadores - mas também porque dá aos ocupantes o direito de contratar grande quantidade de assessores sem concurso público, nos chamados Cargos de Natureza Especial (CNEs). O presidente tem direito a 46 CNEs. Os demais integrantes da Mesa, a 33 cargos cada um. Para cada um dos quatro suplentes, mais onze cargos

Na chapa fechada esta semana, o PMDB terá a presidência e abriu mão de outras vagas para dar aos aliados. O PT ficará com dois cargos, a vice-presidência e a terceira-secretaria. Os oposicionistas ficaram com duas vagas muito cobiçadas. Para o PSDB, a primeira-secretaria, uma espécie de prefeitura da Câmara responsável pela manutenção e pelas obras, inclusive dos apartamentos funcionais. Para o DEM, a segunda-vice-presidência, que abrange a corregedoria geral, por onde passam as denúncias contra os parlamentares. O PR, depois da desistência da candidatura do deputado Milton Monti (SP), levou a segunda-secretaria e o PTB, a quarta-secretaria. "Formamos um blocão com partidos que têm juntos 392 deputados. Os partidos são instituições e é natural que seus membros acompanhem as decisões. Não acredito nessa história de que as traições vão decidir quem será o eleito", diz Temer.

O candidato do PMDB concorrerá com um companheiro de partido, o primeiro-secretário da Câmara, Osmar Serraglio (PR), que lançou ontem uma candidatura avulsa, ou seja, à revelia da indicação oficial do partido. Serraglio argumenta que Temer, como presidente nacional do PMDB, vai se ocupar da sucessão presidencial, em 2010, e criará um clima de conflito na Câmara quando o partido optar entre o candidato do PT ou o do PSDB. "A oposição e a situação não estão namorando o Michel. Estão namorando o PMDB. Querem apoio em 2010. Quando o partido fizer uma opção, haverá uma divisão na Casa. Eu não sou presidente do PMDB, está na minha plataforma a não contaminação da Câmara pelo embate presidencial", afirma Serraglio, que promete exercer o cargo, se eleito, "sem estrelismo, o que não quer dizer que os outros sejam estrelas".

Serraglio ganhou notoriedade em 2005, como relator da CPI dos Correios, que investigou o escândalo do mensalão. Estão na disputa contra Temer também os deputados Aldo Rebelo (PC do B-SP), ex-presidente da Câmara, e Ciro Nogueira (PP-PI), ex-corregedor-geral. O líder do PT, deputado Maurício Rands (PE) diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliza o apoio do partido a Temer. Rands reconhece que a sucessão na Câmara terá efeitos na disputa pela presidência da República: "O próprio presidente Lula recomenda que a gente fortaleça a candidatura de Michel Temer. É o fortalecimento da aliança PMDB-PT e ajuda a criar um ambiente de entendimento em 2010.

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