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Um novo escândalo de corrupção envolveu o governo “incipiente” do presidente do Brasil, Michel Temer, destaca o jornal “The New York Times” nesta sexta-feira, 25, em reportagem sobre a saída do ministro da Cultura, Marcelo Calero, e a denúncia feita por ele ma véspera à Polícia Federal - de que sofreu pressão de Temer para ajudar um aliado do peemedebista.

Na medida em que a classe política brasileira se recupera de um período de “turbulência extraordinária” em Brasília, o maior jornal dos EUA ressalta que Temer enfrenta o que se desenha ser sua mais aguda crise desde que assumiu o poder, há seis meses, após o impeachment de Dilma Rousseff.

Calero disse nesta quinta-feira, 24, em depoimento à PF que Temer o “enquadrou” para que achasse uma solução para uma obra imobiliária de interesse do ministro Geddel Vieira Lima.

O NYT menciona que líderes da oposição articulavam na noite de ontem em Brasília o pedido de impeachment de Temer por conta das acusações de Calero. O Planalto reconheceu que o presidente discutiu o assunto com o ex-ministro da Cultura, mais agiu apenas de forma “técnica” para solucionar a questão, diz a reportagem.

“Relatos de que Calero secretamente gravou as conversas com Temer chocaram a classe política, abrindo a possibilidade de que a Suprema Corte (o STF) possa começar uma investigação”, ressalta o Times. A reportagem do jornal norte-americano cita um trecho da coluna do jornalista do jornal O Estado de S. Paulo, José Roberto Toledo, que menciona que se essas gravações mostrarem que Temer agiu para beneficiar interesses privados, “a presidência de Temer acabou”.

O caso ocorre num momento em que o Congresso assolado por escândalos tenta anistiar os legisladores de casos de corrupção no financiamento de campanhas, destaca o NYT. O jornal lembra ainda que o próprio Temer foi considerado culpado em violar limites de financiamento de campanha.

Além das denúncias de Calero envolvendo Temer, o Times ressalta que o partido do presidente, o PMDB, está sob pressão, na medida em que duas figuras importantes da legenda, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, foram presas recentemente.

“Sinalizando potencial para ainda mais turbulência, a pressão está crescendo para outro líder do PMDB, o presidente do Senado, Renan Calheiros, que é alvo de múltiplas denúncias de corrupção”.

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