| Foto: Henry Milleo/Gazeta

Michel Temer (PMDB) pode ser o oitavo vice-presidente que assumiu em definitivo a Presidência da República no Brasil. A história brasileira registra, até o momento, sete vices assumiram o posto mais alto do Executivo por renúncias e quedas do presidente. Quatro assumiram após a morte do presidente, dois por renúncia e um por processo de impeachment.

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Curiosidade

Desde a proclamação da República, em 1889, o país teve 24 vices. Ao longo da história, o cargo de vice-presidente nem sempre existiu. Foi criado logo na primeira Constituição, a de 1891, e foi extinto em outras duas cartas constitucionais – a de 1934 e 1937. O cargo de vice voltou a existir em 1967 e também está na atual Constituição, de 1988.

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O início da era republicana no Brasil, aliás, já começou com um vice assumindo a presidência. Em meio a uma crise política e econômica, e com pressão da Marinha, que deflagrava a Revolta da Armada, o primeiro presidente do país, Marechal Deodoro renunciou ao cargo em 1891, passando o bastão para o vice. A renúncia foi uma tentativa frustrada de evitar uma guerra civil no país.

Atualmente, uma briga escancarada entre a o vice Temer e a presidente Dilma Rousseff (PT), que se tornou pública após uma carta do vice, selou o rompimento entre os dois. Com o processo de impeachment de Dilma avançando no Senado, as chances de Temer assumir em definitivo aumentam a cada dia.

Dois vices que depois foram eleitos

Afonso Pena e Venceslau Brás eram vices quando conseguiram nas urnas chegar à presidência do Brasil. O mineiro Brás foi eleito como vice-presidente de Hermes da Fonseca durante a República do Café do Leite, que alternava candidatos de São Paulo e Minas Gerais. Foi candidato à presidência como sucessor de Hermes e assumiu em 1.º de março de 1914, vencendo Rui Barbosa nas urnas.

Antes, Afonso Pena, também mineiro, era governador de Minas Gerais e chegou à vice-presidência sendo o vice do vice. Isto porque o escolhido para assumir o cargo na chapa do presidente Rodrigues Alves, Francisco Silviano de Almeida Brandão faleceu antes da posse. Afonso Pena, depois de ser vice, foi eleito em 1906.

Confira os outros vices que assumiram a presidência:

Floriano Peixoto (1891)

 
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O militar Floriano Peixoto foi o segundo presidente do Brasil e o primeiro entre os vices. O alagoano era o vice-presidente do Marechal Deodoro da Fonseca durante o Governo Provisório. Assumiu em 23 de novembro de 1891 após a renúncia de Marechal Deodoro, que dependida da unidade das Forças Armadas para governar.

Nilo Peçanha (1909)

 

Nilo Peçanha assumiu a presidência após a morte de Afonso Pena e ficou pouco mais de um ano no cargo. Depois, se elegeu senador pelo estado do Rio de Janeiro em 1912. Voltou a ser candidato em 1922 e perdeu para Arthur Bernardes.

Delfim Moreira (1918)

 

Presidente por nove meses, Delfim Moreira assumiu como vice na chapa de Rodrigues Alves e a presidência com a morte Alves, que foi vítima de gripe espanhola. Ficou no cargo até que fossem convocadas novas eleições.

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Café Filho (1954)

 

Vice de Getúlio Vargas,Café Filho assumiu o cargo após seu suicídio. Governou por dois meses, afastou-se por problemas de saúde e foi substituído por Carlos Luz, presidente da Câmara.

João Goulart (1961)

 

Foi vice de Jânio Quadros e assumiu após a sua renúncia. Ficou no poder até o golpe militar, em 1964. Com o regime militar, teve seus direitos políticos cassados.

José Sarney (1985)

 
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Com o agravamento do quadro de saúde de Tancredo Neves, que foi o primeiro presidente civil eleito desde o golpe de 1964, mesmo que indiretamente, José Sarney assumiu interinamente a presidência no dia 15 de março de 1985. Com a morte de Tancredo no dia 21 de abril, Sarney permaneceu no cargo até 1990.

Itamar Franco (1992)

 

Assumiu a vaga de Fernando Collor, afastado por impeachment e que posteriormente renunciou ao cargo. A sucessão de denúncias que levaram adiante o processo de impedimento fez com que Itamar acentuasse suas diferenças com Collor. Assumiu interinamente em outubro de 1992 e oficialmente em 29 de dezembro do mesmo ano. Foi presidente até 1994.