A nomeação do deputado Marx Beltrão (PMDB-AL) para o Ministério do Turismo está suspensa, aguardando um pedido que o presidente interino Michel Temer fez ao presidente do Senado, Renan Calheiros, para que sugira outro nome para a pasta.
Por meio de interlocutores, Temer enviou o recado de que gostaria de uma alternativa a Beltrão, por conta da repercussão negativa que o nome do alagoano tem sofrido. Jornais têm dado publicidade ao fato de ele ser réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por falsidade ideológica. Renan ainda não teria respondido à solicitação de Temer.
Não se sabe ainda se subiu definitivamente no telhado, mas o fato é que houve uma avaliação no Palácio do Planalto de que a nomeação de Marx Beltrão seria ruim para todos: governo, Renan, PMDB e o próprio Marx.
Com uma nova sugestão vinda do presidente do Senado, a indicação deixaria de ser compartilhada entre Renan e a bancada do PMDB e passaria a ser apenas de Renan. Somente em uma segunda etapa irá se resolver a questão da bancada.
Um auxiliar do governo destaca que já estão sendo levantadas até mesmo histórias sobre o pai de Marx, envolvido em escândalos em seu estado. A avaliação é que é melhor tentar outro caminho, que seja razoável para todos, para resolver sem trauma.
“O Renan vai indicar? Sim. Então, o nome é dele. Ele indica um nome, não precisa ser da bancada. Em função do tumulto gerado, do noticiário negativo, o governo está buscando uma solução. Estão propondo que ele indique outro nome. Vai ser ruim para o Renan, para o Marx, para o governo... Todos saem apanhando. Essa solução é ruim para todas as partes”, afirma um interlocutor de Temer.
Interlocutores de Temer apontam que o presidente interino é “muito sensível ao noticiário”. O episódio que teria enterrado Beltrão foi uma longa matéria veiculada pelo Jornal Nacional na noite de terça-feira relatando as acusações contra Beltrão, quando Temer jantava com Renan e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Embora não tenha assistido à matéria, Temer foi informado de que foi muito ruim para o ministeriável, e ontem ficou avaliando a repercussão. Naquela noite, Temer estava decidido a dar posse a Beltrão. Um político que conversou com ele sobre o tema, conta que o aconselhou a aceitar a nomeação de Renan por considerar que a denúncia não é grave e ocorreu quando o deputado era prefeito de Coruripe (AL), entre 2009 e 2012. Na época, Beltrão teria apresentado ao Ministério da Previdência Social comprovantes de repasse e recolhimento contendo informações falsas.
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