O presidente Michel Temer (PMDB) pretende esperar as eleições dos novos comandos da Câmara e do Senado, em fevereiro, para realizar uma reforma ministerial.
Até mesmo a nomeação do novo secretário de governo deve entrar nesse cronograma.
O Planalto avalia que qualquer movimentação agora poderia criar ainda mais conflitos na base aliada, que já enfrenta desgaste com as investigações da operação Lava Jato. O plano só será alterado se aparecerem denúncias devastadoras.
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Leia a matéria completaTemer quer observar os desdobramentos das 77 delações premiadas da Odebrecht, cujos primeiros vazamentos já respingaram no presidente e geraram a saída de seu assessor especial José Yunes.
Temer foi citado em depoimento do ex-executivo da Odebrecht, Claudio Melo Filho, além de Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretário especial). Padilha chegou a se afastar, alegando problemas de saúde, mas retomou, e tem desmentido que deixará o governo.
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Leia a matéria completaMichel Temer, segundo interlocutores, avalia que a situação mais delicada é a da Câmara, já que o chamado Centrão – grupo de partidos formado pelo ex-presidente da Casa Eduardo Cunha – contesta a candidatura do atual presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que quer se manter no cargo e é o preferido do Planalto.
No domingo passado, Temer conversou com o líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy, e pediu que o partido aguardasse. O Planalto admite que foi gerada uma interpretação de que a opção por Imbassahy seria uma interferência em favor de Maia.
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Leia a matéria completaNo Senado, o sucessor do presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL), deverá ser o líder do PMDB na Casa, Eunício Oliveira (CE).
Segundo um ministro, a eleição das Mesas é importante para o governo porque a configuração do comando da Câmara e do Senado pautará as relações políticas nos próximos dois anos. O Planalto, conforme esse ministro, espera esse resultado para definir o alcance de uma reforma ministerial.
Michel Temer já manifestou a interlocutores incômodo com os vazamentos das delações da Odebrecht. No Planalto, diz-se que o presidente trabalha com dois cenários, após a chegada das 77 delações ao STF: vazamentos diários ou a interrupção deles. Na semana, Temer reforçou o discurso de que “vazamentos são ilegais”.
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