BRASÍLIA - A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de levar o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para a futura Secretaria Especial de Ações de Longo Prazo, criada para ser comandada pelo presidente de honra do PRB, partido aliado e ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, gerou um clima de expectativa entre funcionários e o corpo técnico da instituição. É o que mostra reportagem publicada pelo jornal "O Globo" neste domingo. O instituto é um órgão técnico de mais de 40 anos, que produz estudos sociais e econômicos importantes, alguns deles com críticas às políticas públicas do governo. Embora evitem externar publicamente essa preocupação, os especialistas temem que o Ipea seja politizado, ou partidarizado.
Tanto há temor que o presidente do Ipea, Luiz Henrique Proença, reuniu o quadro técnico do órgão, na última quinta-feira, para falar sobre a criação da Secretaria de Ações de Longo Prazo e tranqüilizar a equipe. Contou que tem conversado com o professor e filósofo Roberto Mangabeira Unger, presidente de honra do PRB, que deverá assumir a Secretaria de Assuntos de Longo Prazo na próxima sexta-feira.
Mangabeira já foi guru do ex-governador Leonel Brizola e do hoje deputado Ciro Gomes. Depois, foi para o PRB. Em 2005, durante as investigações sobre o escândalo do mensalão, escreveu artigo pedindo o impeachment do presidente Lula e dizendo que seu governo era o mais corrupto da História do Brasil. Agora, assumirá a nova secretaria com status de ministro.
Segundo relato de Proença aos técnicos, Mangabeira - que será o 36º ministro de Lula - disse que sua nomeação deve ser recebida com tranqüilidade e que ela representará um fortalecimento do instituto.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”