| Foto: Henry Milleo/Gazeta

O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, criticou, na manhã desta quinta-feira (14), projetos em andamento no Congresso que, segundo ele, facilitariam a corrupção. O procurador citou o exemplo da Medida Provisória (MP) 703, que alterou a configuração dos acordos de leniência.

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“Hoje nós temos no Congresso, além das dez medidas propostas contra a corrupção [pelo Ministério Público Federal], medidas a favor da corrupção, na qual, na minha opinião, se insere a medida provisória que alterou os acordos de leniência”, destacou.

No domingo, o GLOBO mostrou que projetos em tramitação ameaçam, segundo investigadores e especialistas, o combate à corrupção. Carlos Fernando ressaltou que a MP não trouxe prejuízos para a Lava Jato, porque as empresas veem “insegurança jurídica”. O procurador rebateu ainda a tese de que seria também uma função do Ministério Público levar em conta o momento econômico do país e ponderar a redução de empregos provocada pelos prejuízos das empreiteiras.

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“Minha preocupação é se o sistema econômico é baseado na corrupção. Quando nós temos um modelo econômico baseado na corrupção, um modelo de negócios baseado na corrupção, eu me pergunto se o desenvolvimento do país pode se basear neste modelo. Se nós insistirmos nisso, vou ter que admitir que a corrupção deve inclusive constar da contabilidade da empresa”, afirmou.

O procurador negou ainda que haja acordos em andamento com a Odebrecht ou com executivos da construtora. Recentemente, a empresa se disse disposta a colaborar com as investigações. Carlos Fernando participou, nesta manhã, de um seminário na sede do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ).