A queda-de-braço entre o Comando da Aeronáutica e os controladores de vôo, que alegam estar sendo vítimas de punições no trabalho, poderá levar a um novo caos aéreo. Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", há um indicativo de greve para segunda-feira (2) dos controladores civis do Rio de Janeiro e também uma mobilização dos militares em alguns pontos do país que pode refletir em alguns problemas ainda nesta sexta-feira (30). Esse movimento poderá deflagrar paralisações ou novas operações-tartaruga em diversos aeroportos brasileiros.
Na quinta-feira (29), os vôos da madrugada de Manaus (AM) sofreram atrasos devido a um protesto dos monitores de vôo. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Tráfego Aéreo, Jorge Botelho, não representa os militares, mas nega que eles estejam fazendo operação-padrão. Ele explica, no entanto, que os controladores têm de fazer "retenção de fluxo" na capital do Amazonas. Na prática, isso significa segurar aviões no chão para aumentar o espaçamento entre as decolagens, por causa de problemas nos equipamentos de controle aéreo de Manaus.
Botelho disse ainda que desconhece manifestação de militares em Brasília ou a possibilidade de eles promoverem algum tipo de manifestação ou até greve de fome. Ele advertiu, no entanto, que as lideranças dos sindicatos perderam o controle sobre os colegas.
Ainda de acordo com o jornal "O Estado de S. Paulo", o estopim do problema teria sido a transferência compulsória para Santa Maria (RS) de um sargento que ocupava o cargo de diretor de Mobilização da Associação Brasileira do Tráfego Aéreo (ABCTA), que estava lotado no Cindacta-1, em Brasília. Extra-oficialmente, a informação que circulava era de que ele foi transferido como forma de punição administrativa, em razão de sua mobilização na associação. A Aeronáutica disse que a transferência foi "por necessidade de serviço".
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