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Ivone Luzardo: ato em defesa das críticas de militares ao governo Dilma | Ed Ferreira/AE
Ivone Luzardo: ato em defesa das críticas de militares ao governo Dilma| Foto: Ed Ferreira/AE

Após a tensão causada pelos manifestos publicados pelo presidentes dos Clubes Militares contra a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Defesa, Celso Amorim, a categoria voltou a ser foco de polêmica envolvendo o Palácio do Planalto ontem. A presidente da União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas, Ivone Luzardo, tentou subir a rampa do Planalto e criou um alvoroço em frente ao prédio por ser impedida pelos seguranças.

De acordo com ela, a tentativa de subir a rampa foi um protesto por "respeito aos presidentes dos Clubes Militares" – que foram desautorizados na quarta-feira por fazer críticas ao governo e à Comissão da Verdade. E também por "melhorias salariais para os militares" . Uma das reivindicações é o pagamento de 28,86% de reajuste no soldo, que já teria sido aprovado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e seria devido à categoria desde 1993.

"Subimos a rampa para gerar um fato político e chamar a atenção para os nossos problemas. Hoje foi só a amostra grátis do que vamos fazer daqui para frente", ameaçou Ivone, ao lado de Marina Bavaresco, outra esposa de militar. Ivone protocolou um pedido de audiência com a presidente Dilma Rousseff para o dia da Mulher, 8 de março, quando quer apresentar as reivindicações da categoria.

Outras polêmicas

Os militares têm protagonizado polêmicas políticas desde as vésperas docarnaval, quando os presidentes dos Clubes do Exérci­­­to, da Marinha e da Aeronáutica publicaram um manifesto contra a presidente Dilma Rousseff e duas ministras do governo, que têm dado declarações pregando a revogação da Lei de Anistia. Por pressão de Dilma, os presidentes dos clubes foram obrigados a retirar o manifesto da internet. Porém, na terça-feira, novo do­­­­cu­­­­mento foi divulgado, reafirmando as críticas da primeira carta e dizendo que não reconheciam a autoridade do ministro da De­­­­fesa, Celso Amorim.

O ministro determinou na quarta-feira a punição dos oficiais que assinaram a carta com críticas ao governo e à criação da Comissão da Verdade. Em conversa com os três comandantes militares, Amorim combinou que os cem oficiais da reserva que assinaram o manifesto "Alerta à Nação – eles que venham, aqui não passarão" sofrerão uma reprimenda de suas forças. A punição pela indisciplina depende do regulamento de cada uma das forças, mas pode ser aplicada mesmo a militares da reserva.

O general-de-Exército da reserva Gilberto Barbosa de Figueiredo, ex-comandante Militar da Ama­­­zônia e ex-presidente do Clube Mi­­­litar, primeiro oficial-general quatro estrelas a assinar a nota, afirmou que se receber a repreensão vai consultar seu advogado para recorrer da punição, que considera "inaceitável". "Não vou aceitar ser cerceado do meu direito de expressar minha opinião", afirmou.

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